MUBi 2.0

Portugal não tinha, até 2009, nenhuma associação de utilizadores (“grassroots“) dedicada à melhoria das condições de utilização da bicicleta como meio de transporte e à defesa dos direitos de quem a faz. A única associação relacionada existente até aí era a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), uma federação de clubes de Cicloturismo (que aqui significa ciclismo de estrada, e não só, e não turismo em bicicleta), que também integrava membros individuais, onde se incluem os Utilizadores de Bicicleta para transporte e outros.

Em 2009 foi oficialmente constituída a MUBi – associação pela mobilidade urbana em bicicleta, uma ideia nascida e criada no seio de um grupo alargado de pessoas envolvidas em movimentos e iniciativas pró-bicicleta como transporte, como a Massa Crítica, a Cicloficina e o Bicicultura.org.

Os primeiros 2 anos deste projecto, desde a materialização da ideia no final de Dezembro de 2008, passando pela sua constituição legal em meados de 2009, até à sua redinamização em Novembro de 2010, envolveram muita discussão interna e alguma dificuldade em acertar agulhas e em chegar a, e acordar em, um modelo de operacionalização da associação, o que fez com que se mantivesse num estado quase latente durante vários meses após a sua constituição oficial.

No final de 2010, após alguém propôr a sua dissolução, a MUBi acordou do seu estado de semi-hibernação com um grupo de pessoas, algumas ainda do conjunto de fundadores, outras novas que se foram juntando entretanto, que se (re-)organizou, discutiu, e pôs a associação de novo em movimento, procurando ultrapassar erros e impasses do passado, em nome da viabilização de um projecto cada vez mais urgente.

Ontem, dia 1 de Fevereiro de 2011, foi publicado o novo sítio online da MUBi, que marca a fase 2.0 da associação. 🙂

Entrem e naveguem à vontade.  Ainda tem pouca coisa, mas o trabalho de bastidores já começou, e ao longo do tempo irão surgindo conteúdos novos, notícias, projectos, etc.

A MUBi é uma associação de utilizadores, pelo que os seus sócios são pessoas individuais (normalmente utilizadores de bicicleta), mas há várias formas de cooperação previstas com empresas e outras pessoas colectivas. Temos vários projectos giros e úteis na calha. 🙂 Fiquem ligados! E entretanto, façam-se sócios. Para já não recebem nada, mas também ainda não há quotas. 😉 Por enquanto serve só para engrossarem o exército de salvação MUBiano, registando o vosso apoio ao nosso trabalho e à nossa dedicação em mantê-lo. Se estiverem no livro de caras, vejam se gostam da nossa página.  Espalhem a palavra! 🙂

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Chegou a minha versão 3.0

Today I turn 30.

Para mim, o período do pré-Natal até meio, final de Janeiro, é a altura mais deprimente do ano. Junta uma série de coisas que me fazem sentir mal comigo própria. Muitas datas festivas juntas – Natal, fim de ano, ano novo, aniversário, muitas obrigações e pressões sociais, muitos balanços, “ano em revista”, etc, etc. Sinto-me sempre particularmente falhada e helpless nestes dias.

Este 2010 foi um ano de mudança para mim. Fiz das tripas coração e atirei-me para a frente, pedi um empurrão e saí de casa dos meus pais (sempre disse que seria o cúmulo da deprimência ainda viver com os pais aos 30…) e arrendei a casa mais barata que encontrei no centro de Lisboa. Isto também de forma a poder – e passar a – dedicar-me apenas às actividades da minha empresa, uma oportunidade mas também uma responsabilidade imensa (tenho que fazer isto funcionar!). É angustiante este início, a incerteza, a precariedade, o contar os tostões, etc, mas as coisas hão-de se compôr e tudo há-de ter valido a pena e os cabelos brancos prematuros. Espero. 🙂

É bom ter a ‘nossa’ casa. 🙂 Sair do ninho até melhorou as relações familiares, estão menos asfixiadas pelo peso da convivência diária e da inter-dependência directa. Só lamento o fim das conversas espontâneas com a minha irmã, o bónus de se partilhar o mesmo tecto. Também é muito bom partilhar a casa com a cara-metade.  🙂 Somos uma autêntica cooperativa, uma unidade mesmo, partilhamos tudo, trabalho, espaço, casa, tempo. Ainda bem que nos damos mesmo bem. 😛

Gosto de viver em Lisboa. Posso ir a pé para qualquer lado. Tenho transportes públicos ao pé, metro a 10-15 min a pé, vou ao mercado municipal e ao supermercado a pé. Vou aos correios a pé. Vou à natação a pé (vou retomar amanhã, depois de mais de 6 meses de interregno, em nome da minha coluna escoliótica e de não deixar enferrujar demasiado a máquina). Vou ao jardim a pé. Vou à Baixa a pé. Tenho o centro de saúde também a uns 10 minutos a pé. Enfim. Nada a ver com viver em Porto Salvo, Oeiras. Chateia-me principalmente o trânsito (muito ruído e poluição), e o excesso de carros de um modo geral, nomeadamente no estacionamento abusivo. Chateia-me também as casas desabitadas e as lojas vazias – é um autêntico crime social e económico. E a má qualidade do espaço público de uma forma geral (fachadas sujas ou podres, passeios exíguos por desenho ou por ocupação irracional, passeios degradados, sujos e perigosos, etc).

Em 2010 comecei, finalmente, um tratamento hardcore para o acne. Acho que 20 anos desta merda já é suficiente, e se a droga pode ter efeitos secundários sérios, well, fuck, so does feeling ashamed of your own face. O médico diz que isto é coisa para durar mais de um ano, prefere assim, usando uma dosagem baixa. Também é fixe para ele, dá para mamar mais consultas de 15 ou 20 minutos a 80 € para, basicamente, constatar que está tudo bem e passar mais uma receita… A isotretinoína seca a pele e as mucosas, notei isso, embora não a um nível preocupante. Notei melhoras no acne, mas nada de transcendente e estou longe de estar satisfeita. Espero poder estar daqui a uns meses…

Estas duas coisas foram “os” marcos do ano. Bom, ter ido a dois congressos no estrangeiro, e sozinha, também foram coisas importantes a nível profissional e pessoal, mas não tão ‘brutais’. Habituei-me a não estabelecer metas nem a criar expectativas, para não me sentir pior quando não as consigo atingir, mas tenho sonhos, coisas mais difusas no espaço e no tempo, mas que me dão alento sem me pressionar. Para 2011 espero apenas conseguir consolidar um pouco a minha actividade profissional e, consequentemente, aumentar um pouco a minha estabilidade e desafogo pessoais. Claro que, para acreditar nisto não posso ver telejornais nem ler jornais, pois fico a sentir-me na merda, com tanto “doom’s day scenario“. :-/ Anyway, there’s no other way than ahead, so… here I go.

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How to be alone

Vi agora este vídeo sobre como estar sozinho, e quero partilhá-lo:

Sempre gostei de estar sozinha. Entretida com os meus pensamentos, com os meus livros e leituras, com os meus filmes, com a minha música, com a minha escrita. Para mim estar sozinha nunca foi sinónimo de solidão, aliás, nos meus maiores momentos de solidão estava rodeada de gente.

Society is afraid of alonedom, like lonely hearts are wasting away in basements, like people must have problems if, after a while, nobody is dating them. but lonely is a freedom that breaths easy and weightless and lonely is healing if you make it.
(…)
Cuz if you’re happy in your head than solitude is blessed and alone is okay.

Mas a sociedade promove uma ideia negativa do estar sozinho. Como se fosse sempre resultado de um falhanço social, ou no extremo oposto, um acto antissocial. Há sempre a pressão de “estar com pessoas”, nem que tenhamos que criá-las de propósito (filhos). De partilhar experiências, de ver e ser visto. Quem não quer pagar o preço de todas essas coisas é mal visto.

Estar sozinha para mim é como dormir, é o que nos permite manter o equilíbrio. Há pessoas que só precisam de dormir 5 horas por dia, outras 8, algumas 12h. Eu sou a das 12h.

As interacções sociais são difíceis, principalmente quando nos propomos a desenvolvê-las sóbrios e sendo nós próprios. Ler as pessoas, conhecer e conseguir cumprir os diferentes protocolos sociais, gerir interesses e expectativas, etc, é stressante e cansativo, e é difícil passar desse ponto da relação se não passamos assim tanto tempo e não partilhamos assim tanta coisa com determinada pessoa. Por isso é tão difícil fazer amigos depois de sairmos da escola.

Estarmos sozinhos é estarmos connosco próprios e isso é um luxo hoje em dia para a maior parte das pessoas, esmagadas entre as solicitações diárias profissionais, familiares e sociais.

Estar sozinho pode ser uma fase passageira ou uma escolha de longo-prazo, mas não tem que ser encarado como uma coisa má, é uma oportunidade de contemplação e de crescimento.

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Há pedalada em Telheiras!

Ontem à noite fui a isto, a primeira iniciativa do género de que me lembro. Chegámos um bocado atrasados, não assistimos à apresentação inicial do César e do António, entrámos aquando da passagem para a do Mário. Tirei algumas fotos.

Palestra "Há pedalada em Telheiras" Palestra "Há pedalada em Telheiras"

Contei cerca de 50 pessoas na audiência, cerca de 1h30 depois do início. Estavam umas 10 bicicletas estacionadas no parque à porta, o que indica que não eram todos só e já ciclistas, o que se confirmou no final, com a intervenção do, e diálogo com o público.

Gostei muito da experiência, foi interessante ouvir as questões, dúvidas e preocupações das pessoas que começam agora a andar de bicicleta, ou ponderam fazê-lo. Há realmente muitos mitos, desinformação, ideias pré-concebidas, e falta de formação que importa resolver, e esta iniciativa foi uma boa contribuição para tal. A ART, os oradores e organizadores, e quem prescindiu do quentinho de casa para sair numa noite fria e “fazer comunidade”, merecem os parabéns. 🙂

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Longe da vista,… longe dos ladrões? :-)

O António do Carmo (obrigada, António!) enviou-nos esta dica de-li-ci-o-sa para o Bicicultura.org. O derradeiro sistema de parqueamento para bicicletas? 😀

É um projecto de demonstração do potencial construtivo dos produtos de uma empresa alemã, pelo que consegui perceber com a ajuda do Google.

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