The Walker and the City – O Peão e a Cidade – Colóquio Internacional

Organizado pela ACA-M, o Mestrado em Risco, Trauma e Sociedade – ISCTE, PQN-COST Action 358 e a Fundação Friedrich Ebert

Dia 12 de Novembro das 9.45h às 18.00h.

O encontro fortuito entre cidadãos anónimos é a pedra de toque da vida urbana. Os espaços exteriores de atracção de gente são o garante da interacção entre gerações, classes sociais e comunidades, e de construção da “coisa pública”.

Por toda a Europa, as preocupações ambientais e energéticas, associadas a novas exigências de qualidade na vivência urbana, têm contudo promovido visíveis alterações nos paradigmas ideológicos que balizam o discurso e a prática da gestão urbana.

O presente Colóquio procura reflectir, numa perspectiva comparada e a nível europeu, sobre essa categoria funcional da mobilidade urbana, tão ubíqua e estigmatizada que é o “peão”. Para tal, foram convocados especialistas europeus de reconhecido mérito em áreas tão diversas como a engenharia de transportes, o urbanismo e as ciências sociais.

No contexto deste Colóquio Internacional, é também promovida uma Mesa Redonda juntando investigadores e organizações da sociedade civil portuguesa, onde se procurará fazer uma avaliação da situação da pedonalidade em Portugal.

No final do Colóquio será lançado o livro de Aymeric Bôle-Richard, Pedonalidade no Largo do Rato: Micro-poderes. Uma edição ACA-M.

PROGRAMA

The Walker and the City – O Peão e a Cidade
Dia 12 de Novembro 2008
Goethe-Institut Portugal

Campo dos Mártires da Pátria, 37
1169-016 Lisboa

9:45h – Recepção e registo
10:00h – Abertura: Presidente do ISCTE
10:10h – Apresentação do Programa: Reinhard Nauman (FES), Manuel João Ramos e Mário José Alves, coordenadores da Acção COST em Portugal.
10:20h – Melhor mobilidade com menos automóveisHeiner Monheim (Universidade de Trier, Alemanha)
10:40h – Andar, tempo e espaço público: percepções, políticas e perspectivasDaniel Sauter (Urban Mobility Research, Suíça)
11:00h – Debate
11:20h – Intervalo para café
11:40h – Comodidade e segurança dos peões na Europa: passado e futuroNicole Muhlrad (INRETS, França)
12:00h – Necessidades de qualidade para peões (Pedestrian Quality Needs)Rob Methorst (Coordenador da Acção COST-PQN, DVS-CTN, Holanda)
12:20h – Debate
13:00h – Intervalo
14:30h – Mesa RedondaSociedade Civil: Estudos, participação e conflito…
15:40h – Uma abordagem etnográfica à Rambla del Raval: espaço (público?) e peões.Gerard Horta (Universidade de Barcelona, Espanha)
16:00h – Debate
16:30h – Intervalo para café
16:50h – O sistema de gestão de acesso de Londres (LAMS) e o estado do andar a pé.Jim Walker (The Access Company, Reino Unido)
17:10h – Peões: cidadãos de segunda?Ralf Risser (Universidade de Lund, Suécia)
17:10h – Debate
18:00h – Lançamento do novo livro editado pela ACA-M: Pedonalidade no Largo do Rato: micro-poderes, de Aymeric Bôle Richard.

Inscrições (GRATUITAS): Fundação Friedrich Ebert, Tel. 213573375, Fax 213573422, mail: info@feslisbon.org

Com o apoio de: European Cooperation in the field of Scientific and Technical Research, Goethe-Institut Portugal, Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres IP, Câmara Municipal de Lisboa, Carris.

Nota: Quando me inscrevi (junto da Feslisbon) perguntei se tinham estacionamento (ou outro local onde se pudesse estacionar) para bicicletas, pois bicicleta+comboio é a minha primeira opção de mobilidade para ir a isto. Reencaminharam-me para o local do colóquio, telefonei, mais tarde enviaram-me um mail a dizer que «por motivo de espaço, não é possível parquear as bicicletas no Goethe-Institut». 🙁 Entretanto, vi que aqui divulgaram o evento com mais info, nomeadamente acerca das opções de mobilidade. Vamos torcer para que os senhores do parque para carros sejam tão fixes como outros têm sido. 🙂

Site oficial do Colóquio aqui.

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Parque (automóvel) das Nações

Nos próximos dias 7 e 8 de Novembro, os arquitectos vão discutir o Parque das Nações “Cidade imaginada / Cidade concretizada”. Eu acrescentaria “Cidade assassinada”. À medida que vão lentamente abrindo o Parque das Nações ao trânsito automóvel vão matando o que aquilo tinha de bom. Engarrafamentos, ruído, fumo de escapes, carros estacionados na estrada e onde mais conseguirem, lá se foi o silêncio, a segurança, o ar “limpo”, o espaço, os horizontes, a cidade das pessoas, de todas as pessoas e não só daquelas que têm carro e o usam de uma forma abusiva e desrespeitadora dos Outros.

Os portugueses até podem ser bons a criar grandes coisas. Mas acabam por lixar tudo mais cedo ou mais tarde, por via da negligência ou da preguiça activa…

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Bicicleta vende?

A julgar pela crescente presença em montras, parece que sim. 🙂

Stencils nas montras da Bershka e da Accessorize, respectivamente, no C.C. Vasco da Gama:

Na montra da Accessorize no C.C. Vasco da GamaNa montra da Bershka (?) no C.C. Vasco da Gama

Bicicleta (sem corrente) na montra da Gant no Cascaishopping:

Bicicleta na montra da GANT no Cascaishopping

Bicicleta como suporte de publicidade nas Laranjeiras:

Bicicleta como display de publicidade

Mais aqui.

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Pelos iluminados ou por todos?

Que tal pelo próprio, único e principal interessado?…

Citação (aos 60 minutos) do Presidente da Sociedade Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, no Sociedade Civil de hoje (great show, by the way, verdadeiro serviço público):

Não podemos continuar a entender que os portugueses são crianças, que são irresponsáveis, que não conseguem apreender um conceito complexo como este. Claro que conseguem, claro que conseguem, todos os estudos de opinião o dizem. Nós fizémos um estudo alargado com pessoas internadas em lares de terceira idade e residências. Algumas pessoas mal sabiam escrever, mas todas percebiam o que estava em causa, portanto não vamos passar um atestado de menoridade aos portugueses e dizer que isto é só para as elites, para os iluminados, porque o comum dos cidadãos não percebe nada disto, não tem que perceber, e os iluminados é que vão decidir por todos nós.

Ora, não vamos pôr os “iluminados” a decidir por todos nós, vamos pôr os iluminados bem como todos os obscurecidos. A minha vida e os meus direitos fundamentais não devem ser decididos por um grupo de especialistas, isso era passar-me um atestado de menoridade. Não, justo e democrático é pôr os meus pares a mandar bitaites acerca disso e a decidir se eu posso dispôr de mim própria ou não… Especialistas, fundamentalistas religiosos, imbecis e génios, toda a gente a decidir reconhecer ou não um direito fundamental dos outros, mas sem direito a exercê-lo em si próprio, em sentido oposto, após o referendo. I see…

Promover uma reflexão e um debate nacional sobre a eutanásia é um dos propósitos do presidente da Associação Portuguesa de Bioética. Rui Nunes entende que um referendo nacional poderia ser uma forma de conseguir essa “reflexão crítica sobre a morte medicamente assistida na perspectiva ética, jurídica e social” e diz mesmo que pretende contribuir para um “debate plural na sociedade portuguesa”.

O especialista esclareceu que o parecer para o referendo trata, apenas, da eutanásia voluntária que consiste em “abreviar o momento da morte de alguém a seu pedido, firme e consciente, através da intervenção directa de um profissional de saúde” e que seria “eticamente inaceitável se o tema não fosse de consulta popular”.

Concordo que a sociedade precisa de discutir estas questões, as pessoas precisam de ser educadas e precisam de esgrimir os seus argumentos para formarem as suas opiniões. Mas não posso aceitar que se faça um referendo para obrigar a essa discussão.

Será que o fim da escravatura também foi referendado? Será que o sufrágio das mulheres foi sujeito a voto (lol)? Que direitos fundamentais foram reconhecidos por referendo?…

Quanto ao programa, que é “pluralista” (ver min 65), achei mal convidarem católicos, islâmicos, budistas e hindus a expressarem a sua filosofia de vida e as suas crenças religiosas e deixarem de parte os nossos amigos da IURD, os mórmons, os evangélicos, etc, etc, todas as seitas com filiais em solo português.

Eu pensava que quando alguém dá algo a outro alguém, essa “prenda” passa a pertencer ao presenteado. Mas isso não se aplica ao deus católico, que dá algo mas tecnicamente continua a controlar essa oferta. Ou seja, não dá nada. É como eu oferecer um livro à minha irmã agora pelo aniversário dela mas dizer-lhe que ela não pode dispôr do livro, só eu é que decido quando é que ela pode emprestar ou dar o livro a alguém. Segundo o padre Jerónimo Trigo (min 66) a vida é um dom que nos é dado por deus, e não é nosso para dele dispôrmos. Ora é dado mas não é nosso. I see… Os católicos gostam de se sentir umas marionetas, é o que sou levada a concluir…

Olhem, nem vou continuar a comentar as ideias do islão, do budismo,… epá, aquela cena do karma é lixada… Coitados se aquilo for tudo uma tanga e não houver karma nem reencarnação nem nada, terão sofrido para nada…

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Meios desproporcionais de transporte

Acabei de dar um pulo ali ao Cascaishopping para me encontrar com um rapaz que me queria comprar 2 livros. O único meio de transporte disponível para tal salto-relâmpago às 9 da noite era o jipe Toyota Land Cruiser do meu pai (que é usado geralmente apenas para as idas à terrinha ou coisas similares).

Haverá coisa mais estúpida do que andar sozinha, eu, meia-leca de gente, num camião daqueles, vazio, sem passageiros, sem carga (os livros são uns calhamaços mas não justificam um jipe)?… Senti-me mesmo culpada. Quando tiver dinheiro para comprar um carro meu, comprarei… uma mota. 😛 Mais à escala certa para este tipo de situações.

E andar com aquilo dentro de localidades? Credo, o peso da responsabilidade, ai se tiro uma lasca a alguma coisa, se atropelo alguém, que isto nem se vê bem o chão à frente…

E há gente que anda com tractores daqueles (em versão ainda menos rugged e mais luxuosa, os tais SUV) diariamente na cidade… Deviam ser presos.

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