Nós pedalámos

Bué. Mesmo bué, porque além do que está neste mapa (feito pelo Hernâni), falta contabilizar de casa até à estação de Paço de Arcos (onde apanhámos o comboio), depois desde a estação do Cais do Sodré até ao Arsenal da Marinha, de onde começou a contagem. E depois, no regresso, falta o percurso que fizemos desde Linda-a-Velha até ao Jamor e depois à beira-mar desde a Cruz Quebrada até Paço de Arcos, e daí até Porto Salvo e até casa. O Bruno não controlou rigorosamente, mas pelo conta-quilómetros, estima-se em cerca de 80 km. Pensei que fosse ficar exausta e que não me conseguiria levantar no dia seguinte, mas espantosamente, estava fresca que nem uma alface. 😛 E fizemos aquilo tudo numa cargobike, sendo que o Bruno levava uns 10 kg em ferramentas e bombas de ar. Not bad at all, dado que diariamente pedalamos apenas, e em média uns 5 a 10 km, por aí, sem fugir do alcatrão e sem grandes declives. Nesta volta passámos por alcatrão bom, alcatrão em degradação, terra em lama, terra com calhaus, subidas vertiginosas, etc.

De que falo? Do passeio reivindicativo “Nós pedalamos“, antigo “Belém-Trancão”, em que eu e o Bruno participámos, integrados com o grupo da Ciclo-Via.org, Gonçalo, Miguel, Kátia, Fábio, Enzo e Hernâni, que prestou serviço no âmbito de uma Cicloficina móvel de apoio ao evento, além de termos ajudado com a condução do grupo em dois cruzamentos. 🙂

O Gonçalo arranjou um kung-fu para espalhar a palavra:

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O Enzo preparou umas folhas com o nome “Ciclo-Via.org” pra pormos nas t-shirts, mas acabaram por cair (excepto a dele, curiosamente, que aguentou até ao fim, penso).

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O Hernâni avançou uma estimativa / registo de memória das intervenções da Cicloficina Móvel:

Antes da partida:
1 furo
Encher vários pneus
Ajustes de travões
1 desviador traseiro desmanchado (Caiu o parafuso e espalhou-se em peças)

Até ao parque das nações:
mais 2 furos
1 banco desapertado
1 banco mal regulado

Antes da chegada:
1 crank desapertado
1 corrente partida e mal montada
encher pneus
afinação de mudanças
muito apoio moral

A equipa da Ciclo-Via.org foi essencial para o sucesso do evento, pois evitou que os vários participantes que tiveram problemas técnicos nas suas bicicletas, ainda antes da partida ou ao longo do percurso, tivessem que ficar em terra, voltar para trás, ou esperarem para serem “recolhidos” por alguém, permitindo que toda a gente concluisse o passeio. 🙂 [Eu cá apenas ajudei a controlar um cruzamento.]

Um vídeo oficial:

Sim, fui entrevistada assim, sem pré-aviso nem nada, de chofre sem dó nem piedade. Mas como puseram a música alta e tal, e nem puseram tudo até passa despercebido. 😛

As fotos que consegui ir tirando ao longo da volta toda (não só do passeio do GEOTA), aqui.

Foi um dia muito bem passado, a pedalar, a conhecer novos sítios, a conversar. 🙂

Quanto ao passeio em si, achei que tinha algumas falhas a nível de organização (nada de monta, contudo: posição da equipa de socorristas, assistência técnica [coberta por nós numa base voluntarista, inédita no evento, e preparada pouco antes], dicas de circulação em pelotão inexistentes, fraca recepção a nível de animação e rentabilização do evento e de apoio aos participantes e voluntários em termos de “combustível”), achei a hora e o local de partida desajustados do propósito do passeio, a reivindicação de um corredor verde, pois o nível de exposição pública do mesmo a partir de um local fechado, às 8h de um domingo é mínima. Também não gostei da experiência de andar a li em pelotão, numa massa densa e progressivamente mais dispersa, soube a corrida lenta, obrigação, não teve um feeling de passeio, de desfrute da viagem e da paisagem (raros foram os locais com paisagem agradável, piso a condizer e espaço visual aceitavelmente livre de outros ciclistas por onde espreitar essa paisagem). Isto é algo que não é fácil de “resolver” nem sei se é algo a resolver… 😛

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Airbags exteriores

Espero que isto não comece a ser comum, tipo, de série. Em termos do efeito da compensação do risco, isto pode ser muito mauzinho para os peões e ciclistas…

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Pessoas surpreendentes

Sim, eu sei que isto já é old news, mas só agora fui ver à net: Susan Boyle – “Les Miserables” no Britains Got Talent 2009.

É mesmo um momento delicioso. 🙂 Sempre detestei a sensação de ter que live up to the expectations, algo que me perseguiu a nível escolar até ao 12º ano. Depois veio a faculdade e um conjunto de situações em que as coisas se inverteram, ninguém esperava nada de mim, as expectativas eram minhas, o que tornou a passagem pela faculdade uma frustração sem fim porque nada do que fazia satisfazia os meus padrões. O difícil não é necessariamente atingir a “excelência”, o difícil é mantê-la de uma forma consistente. E isso quer se consiga quer não, é uma pressão muito difícil de gerir. Por isso sempre gostei de histórias e situações destas a la Susan Boyle. Quando de alguma forma surpreendemos pela positiva outras pessoas, que até então nem sequer nos “viam”, ou pelo menos que tinham uma imagem nossa de alguém muito “indistinto”. Prefiro 1 momento desses a 10 momentos de “a sua (boa) reputação precede-o”.

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E um espelho, não?

Fantástico. Um tipo que abandonou a mãe da sua filha, enquanto ainda grávida desta, acha que a Madonna não seria boa mãe adoptiva para a filha (a mãe natural morreu), porque tem comportamentos “imorais” como dançar “quase nua” em palco e gostar de e envolver-se com homens muito mais novos.

Não sei se estão a ver. O pai que abandonou a filha acha a gaja que a quer adoptar imoral.

Enfim.

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Bring people together once again

Duas iniciativas de louvar: A Festa dos Vizinhos e Prédios que Falam. Muito bom! 🙂

Eu vivo numa moradia isolada num subúrbio de Oeiras (ela própria um subúrbio de Lisboa) e não conheço os meus vizinhos (salvo um ou outro, apenas de vista). Até aos 17 anos vivi numa rua de vivendas alinhadas e razoavelmente compactas, a rua era o recreio de todos os miúdos da rua e conhecíamos os nossos vizinhos. A vida muda…

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