“Terrorismo policial” parece ser a melhor descrição para as atitudes e acções de alguns agentes da PSP no passado dia 16 de Janeiro, contra uma vintena de cidadãos, na chamada Zona Pedonal de Almada.
É sempre complicado perceber estas histórias vistas de fora, quando não há muitas testemunhas nem provas, é uma questão de credibilidade dos envolvidos, o que torna difícil tomar partido. Contudo, conheço pelo menos uma das vítimas, e acredito na sua versão dos factos.
Testemunhos:
Peões agredidos e detidos pela polícia na Zona Pedonal de Almada
Quando a cidadania fica refém da intolerância
Mais um relato da violência policial na Zona Pedonal Almada
Galeria de fotos no site do movimento Almada Pedonal.
Alguma da repercussão na blogosfera:
Cultura de violência
Peões agredidos e detidos em Almada
Eco nos media:
Primeiro Jornal da SIC (19/01/2009) (min 02:16)
Manifestação contra circulação automóvel resulta em três feridos e duas detenções
Almada: Peões agredidos vão apresentar queixa contra PSP
Agredidos em manifestação vão apresentar queixa contra PSP
Peões agredidos em manifestação vão apresentar queixa contra a PSP
20 pessoas transformaram-se em 200. Uma celebração transformou-se numa manifestação & protesto. A circulação pedonal (trânsito de peões), transformou-se em “perturbação do trânsito” (motorizado e ilegal, presume-se). Um grupo de pessoas na rua que “se recusam a dispersar” sujeitam-se a levar porrada por isso.
Impressionante.
Posto isto, e na onda do apelo feito, fiz o mínimo que me é possível, escrevi um e-mail que enviei ao IGAI (c/ conhecimento da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias), a pedir informações acerca dos procedimentos de inquérito em curso. E achei por bem divulgar esta questão aqui no blog.
Isto é terrorismo. Pior que o “outro”, porque mina a confiança nas pessoas e instituições encarregues de zelar pela ordem, pela liberdade e pela justiça no seu país.
Os agentes envolvidos deveriam ser expulsos e processados criminalmente. O facto de não se identificarem (por distintivo nem em resposta ao pedidos dos cidadãos) e de se preocuparem em apagar fotos e vídeos e destruir máquinas fotográficas/vídeo demonstra a má fé subjacente aos seus actos…