Speed matters

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Atheists are the new gays?

Há uns tempos fui ao cinema ver este filme: Milk:

Eu não percebo a homossexualidade, tendo a crer que será um distúrbio do desenvolvimento, tal como a transsexualidade, a intersexualidade, etc. Não será uma escolha, tal como não o é a heterossexualidade. Não afecta a vida normal das pessoas (são tão funcionais quanto as outras), nem sequer a sua capacidade reprodutiva. Contudo, um casal homossexual é tão infértil quanto um casal em que a mulher e o homem tenham uma incompatibilidade genética que inviabilize a concepção. Ninguém sugere que este casal se separe por causa disso, e têm apoio do Estado em alternativas de reprodução medicamente assistida (quando ambos são férteis, apenas não um com o outro), mas tal não se verifica no caso de um casal com o mesmo problema devido a serem do mesmo sexo. Acho isto incoerente. Tal como o não poderem casar ou não poderem adoptar crianças.

Ver mais este filme pôs-me a pensar como direitos tão fundamentais levam tanto tempo a reconhecer. E a importância de lutar por isso.

Há dias vi o Religulous:

Eu não percebo a religiosidade, tendo a crer que será um distúrbio neurológico qualquer, era bom que fosse tão discreto e inconsequente para a sociedade quanto a homossexualidade, mas não é.

Há um gráfico onde eles comparam a percentagem da população dos EUA que não tem religião (inclui os ateus, os agnósticos, os “espirituais”, etc), com a percentagem de gays, de pretos, e minorias assim. Nesse momento fiquei a pensar se os ateus não serão os novos gays, a precisar de sair do armário. Vejam o documentário, é divertidíssimo. 🙂

Não sei como o Bill Maher tem coragem para fazer aquilo, confrontar as pessoas com as suas ideias malucas, e ainda por cima rindo-se daqueles disparates todos. 😛 Estava já no fim do filme e a pensar nisto e ocorreu-me “I’m just like that“. Bom, chamam o meu estilo (de escrita) de “acutilante (“1. que acutila; que fere. 2. agudo; incisivo; penetrante”). É algo que não se verifica fora das interacções escritas, e nestas surgiu e desenvolveu-se já tarde, na faculdade, onde participava activamente no fórum global da mesma (aqui uma pessoa especial não usou “acutilante”, mas «não-demagógico, “articulado” e honesto intelectualmente»). Não sou capaz de transferir a acutilância para as interacções conversacionais presenciais, embora talvez com o crescimento e amadurecimento isso venha a ser uma evolução natural. Por agora, continuo tímida e reservada na maior parte dos contextos.

O estilo “acutilante” não é granjeador de muitos amigos ou grandes negócios. Pessoalmente não tenho problemas com isso, não sou pessoa de muitos amigos e não estou interessada em grandes negócios. Mas à medida em que me envolvo em causas maiores que eu, pergunto-me como gerir isto. Como usar a diplomacia e a estratégia política para conseguir os meus objectivos, sem comprometer a minha liberdade de crítica nem deixar de exercê-la. Sinto-me uma miúda nisto, verde…

As pessoas têm que estar sempre a pensar se podem ou devem criticar determinadas coisas, entidades, pessoas. Talvez sejam suas clientes, talvez possam vir a ser, talvez tenham o poder de lhes tirar o emprego ou afastar clientes. Etc. É uma grande ginástica mental, porque há muita gente em cujas más graças não nos convém cair, e muitas em cujas boas graças nos queremos manter. E assim vamos andando, business as usual, a gerir a clientela. Não me dou bem com este estado de coisas. Não promove a evolução, a inovação, a transparência, a justiça, a liberdade. Como viver e vingar nesta cultura sem passar fome e sem ser um outcast socialmente? Descobrirei ao longo dos anos, desconfio…

Ontem vi o Australia, e realmente «Just because it is, doesn’t mean it should be

OK, chega de divagações filosóficas, sexo dos anjos, etc. Over and out. 🙂

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Memórias de uma Gueixa

Há uns anos vi num filme uma frase que “resonated“, não me lembro de alguma vez ter lido ou ouvido alguém verbalizar aquela ideia antes, ou pelo menos aquilo que “ficou” para mim e que identifiquei com a minha própria perspectiva do mundo e da vida:

We must not expect happiness, Sayuri. It is not something we deserve. When life goes well, it is a sudden gift; it cannot last forever…

Eu vivo num mundo àparte da imensa maioria dos outros seres humanos (e animais). O fosso é ainda maior se me comparar com outras mulheres.

Inventámos para nós próprios “Direitos Humanos Universais” que só nós podemos fazer valer e respeitar. Um direito básico muito alardeado é o direito à habitação (fui checkar, e não está na Declaração, como faz sentido).

Mas o normal, o natural é nascer sem direitos nenhuns. A esperar quando nascemos é uma luta constante pela sobrevivência. O expectável e normal é sofrer. É não saber o que vamos comer amanhã. É não termos uma casa, um abrigo sólido, acolhedor e seguro. É não irmos à escola, é trabalharmos a terra se tivermos a sorte de a ter e desta ser fértil. É ter doenças e não ter médico, nem medicamentos, nem hospitais. É morrer de subnutrição ou de doenças evitáveis ou tratáveis. É ter a nossa qualidade de vida diminuída por maleitas corriqueiras ou doenças crónicas. É nascer deficiente e ser deixado à nossa sorte. É ficar estropiado em guerras e acidentes. É ter filhos atrás de filhos e vê-los morrer, sofrer e levar a mesma vida que nós. O natural é vivermos para trabalhar e trabalharmos para viver. É não termos “tempos livres”, nem férias. É nunca sair do lugar onde nascemos. É não conhecer o mundo além da nossa aldeia. O normal é ser abusado. É ser violado. Expectável é ter uma doença fodida que nos mate deixando-nos vivos ou que doa e finalmente nos mate. O previsto é vermos quem amamos sofrer, é perder as pessoas de quem gostamos. O normal é estarmos sós, abandonados, não amados, desprotegidos, desesperados. O normal é a violência, a agressão, o desamor, o desrespeito, a discriminação negativa, o desprezo. O natural é o sofrimento, a infelicidade, o trabalho duro e constante. O normal é a destruição.

Por isso é tão importante apercebermo-nos e desfrutarmos de todas as pequenas e grandes coisas que na vida não são o natural, o normal, o expectável. A abundância, o amor, o conforto, a bondade, a sorte, a saúde, a liberdade, a criação, a felicidade. 🙂 Quanto mais disto beneficiamos mais devemos aos outros.

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Um potencial desperdiçado

Ainda nesta onda.

Duas mortes em acidentes de viação
Paredes: Ciclista atropelado em Mouriz, idoso bate contra jipe dos bombeiros

Dois homens morreram na sequência de dois acidentes de viação. No primeiro caso, um ciclista de 45 anos foi atropelado quando, pouco depois da 01.00, regressava a casa. (…) Os dois morreram antes de chegar ao hospital.

Ciclista atropelado à 1h00

O ciclista foi, na noite de quinta-feira, atropelado por um automóvel quando descia a estrada que liga Baltar a Paredes. A vítima, um funcionário das Finanças de Paredes de 45 anos, não resistiu ao embate e faleceu ainda no local do acidente.

O homem, natural de Coimbra, passou o serão em casa de amigos e, já depois da 1h00, estava a regressar a casa quando, num cruzamento, foi colhido por um automobilista que vinha no sentido Cête, Mouriz, no concelho de Paredes. O acidente aconteceu em frente ao Frei Tuck, uma conhecida padaria de Mouriz, e apesar das manobras de reanimação dos Bombeiros Voluntários de Paredes e da equipa do INEM, o ciclista faleceu logo no local do embate.

O automobilista ainda chegou a abandonar o local do acidente, dando a ideia de que teria fugido, mas, cerca de 20 minutos depois, voltou para junto da vítima, explicando que, como estava sem telemóvel, tinha ido chamar os bombeiros a Baltar.

Tanta coisa e nem uma sugestão da causa do acidente. Já enviei um mail para o Semanário que publicou a notícia, a queixar-me disto. Os acidentes não são fatalidades, têm causas, que podem ser evitadas. Porquê divulgar apenas os efeitos e omitir as suas causas?… Talvez um deles não tenha respeitado a regra ou os sinais de cedência de passagem. Talvez o condutor do carro não tenha visto o ciclista – também importaria saber como/porquê, andaria o ciclista sem iluminação, por exemplo, andaria bêbedo?… Estes pormenores são relevantes e importantes para que não fique só a ideia de que os acidentes são inevitáveis, que é perigoso andar de bicicleta, ou a pé, ou de mota, ou de carro, e pronto.

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E se nos livrássemos dos semáforos?


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