A teoria da diversão

Genial! E divertido. 🙂

Eu gosto particularmente deste:

Mas os outros também são engraçados. 🙂

Dica do Frederico.

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Isso falta aí é um motorzito

No Domingo fui de patinete buscar almoço para o pessoal, frango assado, a uma churrascaria a cerca de 1 km, talvez, em plano, praticamente. [Comecei por usar duas patinetes em algumas deslocações para me familiarizar melhor com este novo conceito, e conhecer melhor os modelos, ossos do ofício. 🙂 É engraçado porque não estava à espera de achar nenhuma piada especial a isto, mas virei fã, é realmente muito prático, e parece ser mesmo de baixo impacto, o que para alguém como eu, frequentemente com problemas de articulações, músculos e tendões, são boas notícias.]

Patinete mais xpto Patinete mais para os miúdos

Tive que aguardar um bocado, e entretanto deixei de esperar sozinha, foram chegando outras pessoas para levantar as suas encomendas também. Duas delas chegaram a pé, outras duas de carro, que estacionaram em frente à porta. A última, um senhor com uns 65 anos, por aí, gabou-me as rodas, mas depois rematou com um “só falta aí um motorzinho“. É um comentário típico. Repliquei que não, que não é preciso, que gosto dela assim, que se faz bem, que me faz bem.

Costumo dizer, e é verdade, que não ando de bicicleta com a frequência que ando, no contexto que ando, “pelo ambiente”. Isto apesar de ser uma pessoa com elevada “consciência ambiental” e comprometida com a mesma na medida do possível (e prático). Ando de bicicleta porque gosto, porque desfruto mais da viagem assim, porque me dá uma oportunidade de incorporar uma actividade física na minha rotina diária em vez de ter que tirar tempo (que não consigo, de qualquer modo) especificamente para actividades onde me exercitar para exercitar. Ando de bicicleta porque às vezes é mais rápido, prático e menos stressante que ir de carro. E é um grande bónus poder libertar o carro para outros usarem (carsharing familiar!), e poupar dinheiro para coisas mais interessantes do que manter o carro a andar (como viagens, mais bicicletas, livros, etc). O “ambiente” é um factor importante, e também está lá nas minhas motivações, mas sinto que se não estivessem lá as outras o ambiente por si só não me faria deixar o carro em casa e ir de bicicleta.

Contudo, há pessoas para quem esta questão da responsabilidade ambiental (e, daí, social) da mobilidade tocou na pele. É o caso do autor de um blog que descobri hoje. A poluição atmosférica e sonora causada pelo excesso de automóveis em circulação afecta a saúde de muita gente, e causa muitas mortes. Mas poucas pessoas têm noção disto, só lhes ocorre a sinistralidade rodoviária “imediata”. Usar um veículo motorizado desproporcionalmente grande/pesado/poluidor face ao que nele transportamos e face ao contexto em que o utilizamos acaba por ser um pecado social, ambiental, económico de que tenho cada vez mais consciência. Não sou anti-carro, os carros são úteis e cómodos em muitas situações, e precisamos deles. Mas precisamos de diversificar as opções disponíveis no mercado (carros – e motas – mais pequenos e leves, carpooling, carsharing,…), e precisamos de políticas que restrinjam o seu uso fora das situações em que ele é realmente a única ferramenta possível, disponível ou prática para determinada função de transporte. Paralelamente há que investir, promover e subsidiar as alternativas pelo menos na mesma medida em que os veículos motorizados têm sido alvo de investimento, promoção e subsídios: os transportes colectivos públicos, as bicicletas, o andar a pé. Mas não se iludam, a promoção não vai lá sem a restrição.

Não tenho grande perfil – nem paciência – para evangelizar as pessoas com o meu latim nestas situações do dia-a-dia (na churrascaria, na farmácia, na mercearia, no comboio,…). Limito-me a sorrir, a responder, e a simplesmente andar por aí, na boa. É a melhor maneira de promover outros estilos de vida, tendo-os. E o meu nem é nada de radical. Nem poderia ser, dado o sítio onde vivo e o tipo de deslocações que faço. Quem me dera viver algures onde não ter carro sequer pudesse realmente ser uma opção prática…

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Cicloficina

Amanhã. Lisboa. 14h30-16h30 na Crew Hassan. Eu não vou poder ir, mas os mecânicos residentes, Bruno e Ricardo, estarão lá.

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Comparação dos programas eleitorais para as autárquicas em Lisboa

Foi hoje lançado o site www.lisboa09.pt.to, um trabalho desenvolvido pelo Bernardino Aranda e pela Rosa Félix.

Este site pretende comparar os programas das 4 principais forças candidatas à CML, compilando-os numa Grelha Comparativa dos Programas Eleitorais, que não só permite uma leitura rápida, sectorial e sintética das propostas concretas de cada candidatura, como permite, tema a tema, uma comparação entre as várias propostas.

Este PDF – um documento de 21 páginas – está disponível para consulta e download em www.lisboa09.pt.to

Nesse site, queremos também dinamizar o debate sectorial dos programas. Esperamos que na caixa dos comentários apareçam análises críticas e é também por isso que te convido a visitares o site, para conheceres o trabalho que desenvolvemos e para deixares lá um contributo, principalmente no tema da mobilidade!

Esperamos que tudo isto contribua para que os lisboetas conheçam melhor as propostas de cada candidatura, e também para um debate de qualidade e aprofundado sobre as políticas para Lisboa.

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Para quem não foi ao debate

No passado dia 30 de Setembro teve lugar em Lisboa um debate com as 4 listas candidatas à Câmara Municipal de Lisboa nestas próximas eleições autárquicas, com o tema “Que lugar para o peão em Lisboa?”, organizado por elementos do Passeio Livre.

Debate "Que lugar para o peão em Lisboa?" Debate "Que lugar para o peão em Lisboa?"

Mais meia-dúzia de fotos aqui. Estavam presentes à volta de 50 pessoas.

Podem ouvir o registo áudio integral do debate aqui:

A TSF deu eco do debate, mas não captou o propósito do mesmo, mas aquilo em que ele efectivamente se transformou, como se pode concluir pelo título da notícia: “Movimento de Cidadãos organizou debate sobre problema do estacionamento em Lisboa“.

Pessoalmente, fiquei um bocado desmotivada, que lugar haverá para o peão em Lisboa, se quase não há lugar para o peão num debate sobre “o lugar do peão em Lisboa”?… O carro e as pessoas que andam de carro continuam a moldar a cidade, o peão vem em último lugar, e só se houver espaço… E ninguém tem coragem de dar um murro na mesa e fazer o que precisa de ser feito, sem medo de desagradar a todos os que se habituaram a mamar à pala e aos “direitos adquiridos” dos automobilistas. *sigh*

O debate podia ter corrido melhor, sim, podia ter sido melhor organizado, sim. Mas fez-se o que se pôde com os recursos que havia. Era mesmo importante que este debate tivesse lugar, para enfatizar que HÁ PESSOAS QUE SE INTERESSAM POR ISTO, e cada vez serão mais e mais barulhentas e mais exigentes, pelo que é melhor que os políticos, técnicos, empresários, comerciantes, e afins, se mentalizem que as coisas têm que começar a mudar.

Todas as ruas deveriam acomodar o espaço necessário à circulação fluida e confortável dos peões. Onde seja possível 2 cadeiras de rodas cruzarem-se sem problemas, tipo mínimo 2 metros de largura livre, com árvores e canteiros, iluminação, papeleiras e bancos regularmente espaçados. Este espaço de circulação livre deveria ser efectivamente livre, nada de sinais de trânsito, paragens de autocarro no meio do caminho, caixotes do lixo, carros estacionados, etc. O piso deveria ser confortável para os pés e para as rodas e anti-derrapante. Estes passeios deveriam ainda incluir sinalização de rotas, tal como há para quem se desloca de carro, uma pessoa a deslocar-se a pé deve poder saber para onde se deve dirigir para chegar (a pé) a determinado destino (estação, centro comercial, parque de estacionamento, rua A, B ou C, bairro Y ou Z, etc), e deve saber onde há a próxima casa-de-banho pública, por exemplo. Os passeios deveriam estar apenas ligeiramente desnivelados face à faixa de rodagem, para os degraus não constituírem barreiras difíceis de ultrapassar, e totalmente nivelados em todos os atravessamentos e afins. Só depois de implementadas estas vias pedonais com estas condições se veria o espaço que sobra em cada rua. E depois haveria que acautelar a passagem de transportes públicos, se possível e aplicável, depois algum estacionamento de curta duração (cargas e descargas, tomada e largada de passageiros, essencial, e vital que seja bem fiscalizado), depois vias de circulação normais, no número que fosse possível, estudado no plano geral da cidade. Actualmente é ao contrário. O peão fica com as migalhas do que sobrar do banquete dos automóveis e de quem os conduz e estaciona. Enquanto assim for, não há incentivo ao uso dos transportes públicos, bicicletas, andar a pé, que nos valha.

Dentro da cidade, as passadeiras e a semaforização deveriam servir primeiro os interesses dos peões, os atravessamentos têm que ser na menor distância possível e no período de tempo mais curto possível, os peões não devem esperar para passar, carrega no botão e fica logo verde.

Mas não, entretemo-nos a falar da EMEL, de túneis, de “incentivos”, blá blá blá. E a questão essencial, a posição dos peões e da associada liveability da cidade na hierarquia das prioridades eleitorais, continua quase na mesma, o peão é o mexilhão da cidade. Depois admirem-se que ela colapse.

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