Hoje fui a Cascais de manhã e num espaço de 5 min e “meia dúzia” de metros, entre a estação de comboios, o Cascais Villa e o Jumbo, vi 14 bicicletas estacionadas ou a serem utilizadas. 14! Mais a minha (a única mini, única dobrável) são 15. 🙂 E 3 eram BICAS.
Há bocado fui a Oeiras e levei a bicicleta grande. 5,5 Km até ao meu destino, feitos em 20 min (em que quase 5 foram para a estacionar e prender com os cadeados). O mesmo para cá. Se tivesse levado o carro teria levado o mesmo, ou talvez menos 10 min se encontrasse logo lugar e próximo. Se fosse de autocarro teria levado mais tempo, e ainda tinha que andar um bocado porque nenhum passa lá. E, claro, ficaria sujeita aos horários, e ao trânsito, porque a estrada é a mesma dos carros. 😛
Poupei dinheiro, fiz um bom exercício e deu-me um gozo imenso passear um bocado, apanhar sol na pele e sentir o vento fresquinho! 😀 Sei que estou sempre a reptir a mesma coisa, mas que posso fazer, tenho que partilhar a satisfação! 😛 lol A minha mãe e a minha irmã viram-me de novo em casa e perguntaram estupefactas “mas já foste a Oeiras e já voltaste? Foste muito rápida!”. lol Eu bem lhes digo que a bicicleta é o meio de transporte mais eficiente para pequenas distâncias, mas elas ainda não encaixaram bem isso. 😉
Às vezes sinto que estou a desempenhar um trabalho social, ao andar por aí de bicicleta. Porque penso e sinto que é importante dar o exemplo e mostrar aos outros que é possível e agradável deslocarmo-nos de bicicleta. Porque sei que ver outras pessoas a fazer algo nos motiva, ou pelo menos desinibe e dá confiança, a fazermos também. Quantos mais malucos houver a fazer isto mais hão-de haver a seguir, até já não ser uma coisa de malucos, ser normal, como andar a pé, de carro ou de autocarro. 🙂 Sendo mulher esta carga de “exemplo” é ainda maior porque, embora se observe um grande aumento no número de pessoas a usar a bicicleta diariamente, raramente esses bike commuters são mulheres, ou mesmo miúdas (já era assim quando eu era uma também). Dou um exemplo bom por isso (“as gajas também podem e conseguem”), mas muitas vezes dou um mau por não usar capacete. Faço-o geralmente por duas razões: 1) por causa do calor (o capacete não me permite arejar a cabeça!) e 2) porque tenho a impressão que quando não levo capacete (e o meu vestuário e/ou acessórios me identificam rapida e facilmente como mulher) sofro menos razias. Penso que isto é porque os motoristas passam imediatamente a associar-me com duas características que os estereótipos ligam a fraqueza: sou inexperiente na estrada e com a bicicleta (porque não visto licra nem uso capacete) e sou naturalmente naba a guiar seja o que for (porque sou mulher). Nenhum deles é verdade, mas na prática funcionam a meu favor, porque me tratam com um bocadinho mais (só mesmo um bocadinho) de condescendência e atitude defensiva.
Hoje tem estado um dia mesmo lindo, não vos parece? Muito sol, mas o vento é fresco por isso conseguimos manter sempre uma temperatura corporal agradável. 🙂 Ah, a Primavera!… Oops, acaba mesmo hoje! 😛
By the way…