Fontes de energia

Na minha factura doméstica da luz aparece um gráfico a indicar as fontes de energia eléctrica usadas. A electricidade que consumi em Maio tem origem (valores arredondados):

eólica – 32 %
gás natural – 20 %
hídrica – 21 %
co-geração e microprodução – 14 %
carvão – 4.3 %
nuclear – 3.6 %
outras – 5 %

O que é que uma pessoa faz se quiser, enquanto consumidor, privilegiar um fornecedor de energia eléctrica “limpa”? Como é que eu posso consumir apenas electricidade proveniente de fontes eólicas, de micro-produção e de co-geração (sem ter que me tornar um micro-produtor de energia)? Não quero consumir gás natural, nem carvão nem energia nuclear…

Vi há dias este documentário, Gasland, e fiquei horrorizada. Obviamente que podemos andar aqui a brincar ao greenwashing dos automóveis e a torná-los híbridos ou mesmo eléctricos, mas isso não é a solução. Precisamos de fazer um downsizing brutal ao nosso consumo de energia e isso implica mudar muita coisa no nosso estilo de vida, no desenho e organização das nossas cidades, na nossa indústria, e no quadro económico/legislativo/fiscal. E para que isso não tenha que equivaler a um downgrade, as alterações terão que ser fundamentalmente nos cidadãos, para que ainda haja energia para as coisas essenciais (transporte de mercadorias, fabrico de bens de consumo, etc), ÁGUA, terra, etc, sem que estas se tornem insuportavelmente caras só para que o zé médio e a maria representativa possam fazer 40 ou 50 Km por dia sozinhos num carro de 5 lugares + bagagem.

Para quem não conseguir obter o doc todo, aqui fica um glimpse:

Watch the full episode. See more NOW on PBS.

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2 Responses to Fontes de energia

  1. Miguel Cabeça diz:
    Safari 533.17.8 Mac OS X 10.6.4

    Depois de ver esse documentário, convém também exercer o nosso espírito crítico e ler a opinião do outro lado da barricada:
    http://www.energyindepth.org/2010/06/debunking-gasland/

    Claro que isto em nada muda o correctíssimo parágrafo com que termina o post.

  2. Mozilla Firefox 3.6.8 Ubuntu Linux

    Obrigada pelo link, Miguel. Concerteza haverá erros e incorrecções no doc, mas o contraponto não anula o amargo de boca com que ficamos após ver o documentário. Reduzir o consumo, diversificar as fontes de energia e apostar essencialmente na eólica, fotovoltaica, etc, é realmente o único caminho viável…

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