Eu não duvido da existência, impacto e relevância das alterações climáticas em curso, e concordo totalmente com a urgência em introduzir resuisitos de eficiência energética e respeito ambiental em todas as actividades humanas. Mas há que ouvir as vozes discordantes ou aquelas que nos alertam para coisas que correm o risco de nos passar ao lado. Por isso achei interessantes os artigos publicados no Expresso, uma entrevista a um investigador português, João Corte-Real, e outro na Sábado, uma entrevista a Bjorn Lomborg, o director do Centro de Consenso de Copenhaga:
Outro dissidente é o José Delgado Domingos, professor do IST. Deste último ainda não tive tempo de ver as apresentações e ouvir o podcast da apresentação, mas lembro-me de ler algo dele sobre as alterações climáticas numa revista.
… do Bjorn Lombrigas desconfio, desde que ficou milionário com dinheiros da Exxon-Mobil para, naquilo que os seus pares consideram “balelas” , “desonestidade científica” e pior, ser o porta-voz de olhos azúis da estupração selvagem do nosso planeta. Espreita quem são os seus patrocinadores.
Hmm, pois, tenho que ir investigar isso, sim. Obrigada pela dica. 😉
Olha, o “rei” das teorias português é o Diogo.
É um gajo que me parece competente e bem formado, e que se dá ao trabalho de investigar sem tabus ( Não quer dizer que eu concorde a 100% com ele)
Ana, isto é assunto que dá muito pano pra manga. Primeiro com o sucesso de ‘uma verdade inconveniente’ e depois pelo modismo do verde. Aqui no Brasil temos um grupo que procura desmistificar um pouco este assunto. Recomendo-te uma visita nas páginas do Metsul onde o prof. Eugenio mais a sua equipe trazem muitas informações que sequer passam pela mídia local.
Abraços,
Renato
Ana, o Lomborg é um bom palerma… Foi até ridicularizado pela Academia de Ciências Dinamarquesa.
Foi o autor do “Sceptic Environmentalist”, que não sei se conheces. O livro têm uns 8 anos, foi bestseller e teve um enorme impacto na altura. Abalou todo o movimento ambientalista na altura.
Abalou pura e simplesmente porque havia milhões de pessoas que queriam ver os ambientalistas a serem criticados, não porque o livro valesse alguma coisa.
Na altura li vários comentários de cientistas portugueses sobre o livro, que o criticavam das maiores aldrabices académicas. Desde contrariar artigos científicos com artigos de jornal, citar artigos científicos que tinham sido retirados pelos autores, descredibilizar estudos científicos devido aos seus grandes erros de previsão (mas todos os estudos ambientais têm sempre um enorme de erro de previsão!)
Esse “Consenso de Copenhaga” não conheço muito bem, mas foi lançado pelo Lomborg e é apoiado pelo governo de (extrema)-direita dinamarquês. Não me cheira especialmente bem, também por incluir o insuportável Bhagwati – autor doutro livro muito famoso em favor da actual globalização – que diz que a globalização está a fazer bem ao ambiente… E para tal usa o argumento que todo este tipo de gente usa, sem perceber que é um caso completamente à parte: a curva ambiental de Kuznets. É o gráfico da poluição atmosférica nas cidades consoante o seu desenvolvimento… como as cidades europeias são mais limpas que as chineses e indianas, a conclusão é que com o crescimento económico liberalizado o ambiente está safo….
Um texto antigo meu sobre o sr Lomborg:
http://diferencial.ist.utl.pt/edicao/28/lomborghini.htm
Encontrei um vídeo do tal Bjorn nas TED Talks.
Ui, Ana, só agora vi este post.. A blogosfera ambiental anda há algumas semanas a revoltar-se contra as afirmações totalmente imprudentes do Prof DD. Não tenho aki espaço nem tempo para explicar toda a polémica, houve vários debates e respostas às entrevistas do Senhor, talvez possas espreitar este post Futureatrisk – Delgado Domingos para te familiarizares com as questões. Dissidentes, bem-vindos. Agora irresponsabilidade de professores catedráticos que não publicam há anos, não participam nos relatórios de relevo e tentam conquistar o voto benevolente de um público pouco versado na matéria em vez de debaterem com os seus colegas cientistas, não! Falo tb do professor de Évora..
Ui, tocaste num tópico polémico e caro aos bloggers ambientais. Vê o video do debate onde participámos, na Lx Enova.. Depois houve uma troca de cartas com o prof, podes ver aki a essência da discórdia: Futureatrisk – Delgado Domingos. Também escrevi uma resposta ao Expresso no seguimento dos 2 artigos que publicáram, sem o cuidado de mencionar qual o consenso científico (e que existe, por mais que os cépticos nos tentem convencer do contrário).
O problema não é haver dissidentes, acho bem que tenhamos todos um sentido crítico apurado. O problema é quando professores catedráticos que já não investigam nem publicam há anos e que não participam em nenhum relatório de relevo (por começar pelo do IPCC) abrem, por razões obscuras, um debate falso nos media, onde têm um público facilmente iludível, em vez de submeterem as suas análises ao “peer-review”.
[Recebido por e-mail, dado que parece andar a haver problemas com a colocação de comments, again. 🙁 ]
Ui, tocaste num tópico polémico e caro aos bloggers ambientais. Vê o video do debate onde participámos, na Lx Enova.. Depois houve uma troca de cartas com o prof, podes ver aki a essência da discórdia: Futureatrisk – Delgado Domingos. Também escrevi uma resposta ao Expresso no seguimento dos 2 artigos que publicáram, sem o cuidado de mencionar qual o consenso científico (e que existe, por mais que os cépticos nos tentem convencer do contrário). O problema não é haver dissidentes, acho bem que tenhamos todos um sentido crítico apurado. O problema é quando professores catedráticos que já não investigam nem publicam há anos e que não participam em nenhum relatório de relevo (por começar pelo do IPCC) abrem, por razões obscuras, um debate falso nos media, onde têm um público facilmente iludível, em vez de submeterem as suas análises ao “peer-review”.
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