O Mundo tem 2 opções: 1) controlar o crescimento populacional (reduzindo-o drasticamente até haver uma diminuição efectiva no número de seres humanos existentes a dado momento, ou 2) diminuir drasticamente as expectativas de consumo da população, nomeadamente a do Ocidente.
É impossível suportar o acordar dos gigantes Chinês e Indiano (e quem sabe um dia, africano), com a premissa de que aqueles milhões e milhões de pessoas cujo nível de vida está a melhorar e a engordar uma classe média gigantesca poderão aspirar a consumir os mesmos recursos naturais e a mesma energia que nós. Não há petróleo, terra arável, água potável nem matérias-primas suficientes para tal. E a Terra não acomodaria tanta poluição e depredação de recursos animais, vegetais e minerais sem grandes alterações no seu ponto de equilíbrio (exemplo das alterações climáticas em curso), cujas consequências poderão ser dramáticas para os humanos (e não só…).
Obviamente que a alternativa n.º 2 não será aceite por nenhuma das partes, uns porque não querem abdicar daquilo a que estão habituados a ter e os outros porque sentem que também têm direito a usufruir daquilo a que os “ocidentais” tiveram como garantido durante décadas. Resta a alternativa n.º 1. Esta provavelmente não vai ser resultado de nenhuma medida voluntária por parte das populações (a não ser que se verifique a nível mundial o que se verifica actualmente em países europeus, por exemplo, em que com o aumento do nível de vida as pessoas acabam por ter menos filhos do que outras em piores situações económico-sociais. Porque a auto-perpetuação está imbutida no nosso DNA e no nosso cérebro. E depois pensem só na aflição (e consequências) da política do filho único ou na frieza da selecção de casais com direito a reproduzirem-se… Provavelmente a diminuição da população humana dar-se-á através de guerras (as do costume ou as derivadas da sobre-exploração do planeta – a guerra pela água, por exemplo, ou por comida, causada por êxodos massivos devido a catástrofes ambientais), ou de doenças que arrasem grande parte das populações (“naturais”, ou causadas (ou exponenciadas) pelo desenvolvimento, como o cancro).
Será que alguma vez estaremos num período de paz generalizada e sem turbulências de dimensão planetária no horizonte?…
Tudo isto a propósito deste artigo.
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