Um exemplo de medidas anti-sentar, na Baixa:
Na 2ª-feira fui com o Bruno dar uma volta ao Parque de estacionamento das Nações, ver a Rita Red Shoes no Casino (saímos na 4ª ou 5ª canção, porque não tolero o fumo do tabaco omnipresente).
A shame, really… Ainda nem tinha cantado a minha canção favorita.
Antes disso, entrámos no Vasco da Gama para usar a casa-de-banho e jantar (a oferta lá fora não era apelativa, muitos estavam fechados de qualquer maneira). Estava o Bruno à minha espera quando um outro rapaz também à espera se sentou no chão, encostado à parede. Veio um segurança dizer-lhe para se levantar porque aquilo era contra as regras.
Noutro episódio há tempos aconteceu o mesmo com um casal sentado nos sofás, acho que dessa vez era no Colombo. Ela estava sentada sobre os joelhos, ao colo, dele, e o segurança disse que os sofás eram individuais… Eles não estavam na marmelada, diga-se de passagem, apenas “inocentemente” sentados.
Qualquer dia dizem-nos que andar lá de mãos dadas ou metermo-nos em manifestações públicas de carinho é contra as regras.
No Casino não se pode entrar de chapéu, por exemplo…
Foda-se, alguém nos salve desta privatização do espaço público? Aliás, desta espaço-publicação do privado? Trocamos a liberdade pela segurança e o conforto. Sounds familiar? Há que tornar o verdadeiro espaço público limpo, seguro, confortável, com casas-de-banho, sombra, bancos, luz, bom piso, acessível… A escolha assim é desigual, isto é concorrência desleal com a “rua” verdadeira.
Nota: o Parque das Nações está um horror, com o barulho e fumo dos carros, tipos a andar a abrir por aquele empedrado, carros estacionados por todos o lado, mal abrem uma faixa ao trânsito, uma das vias passa automaticamente a estacionamento. E não há ninguém com tomates para dar dois murros na mesa e parar com esta merda?… Era esta a cidade imaginada?…
Pois eu concordo! Se toda a gente se soubesse comportar em público e não houvessem abusos não haveria necessidade destas atitudes. Assim, pagam todos pela falta de bom senso de uns.
Há também que tentar perceber porque são tomadas algumas medidas, como por exemplo não se poder entrar de chapéu no Casino… não há-de ser só porque lhes apetece. Terá a ver com questões de segurança.
É como por exemplo não deixar os motociclistas abastecer nas bombas de gasolina com o capacete posto. Uns chamam-lhe descriminação. Outros pensam um bocadinho e acham que têm a sua lógica.
Eu pensei nisso da segurança no caso do chapéu no casino, e apesar de aquele chapéu (tipo gorro, nem sequer tinha pala) não impedir a identificação, concedo que eles possam simplesmente proibir todos os chapéus em vez de decidir caso a caso (faz-me lembrar uma vez em que fui renovar o BI e não me deixaram usar as fotos que tinha levado porque eu tinha uns óculos na CABEÇA (tipo bandolete), hiperzelosos, aplicavam a regra ao absurdo).
Quanto ao sentar no chão e ao colo de outra pessoa nos sofás, não compreendo em que é que isso é “não saber comportar-se”. Há pessoas que não se sabem comportar sentadas às mesas das zonas de restauração, ou nos WCs, e ninguém faz o justo pagar pelo pecador ali…
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