Orçamento Participativo de Lisboa: deadline das votações

Votei na instalação de pilaretes e outras barreiras para salvaguardar o espaço público pedonal em várias freguesias (prioridade 1, máxima), votei na requalificação da entrada em Lisboa via Calçada de Carriche, e por último no reordenamento/requalificação das hortas urbanas na Granja, Lumiar e mais não sei onde. Esta última estive quase a trocar pela repavimentação da Baixa…

O prazo para a votação dos 3 projectos por pessoa, no Orçamento Participativo de Lisboa, acaba hoje. Para poderem votar tem que ter feito previamente o registo no site.

“Bike boxes” são um bem não-essencial, embora útil. “Ciclovias e pistas cicláveis” passo, não são uma boa aposta em termos de investimento vs. rentabilidade, e muitas vezes gastam o dinheiro e fazem uma merda qualquer inútil, ou no mínimo fútil. “Zonas 30”, tenho pouca fé que conseguissem implementar aquilo e “Estacionamento para bicicletas” seria fixe, mas a CML não percebe muito daquilo e/ou não se interessa verdadeiramente (gastar dinheiro e depois continuar a não ter um sítio decente para deixar a bicicleta, mais vale estar quieto). “Requalificação” disto e daquilo, sem pormenores é difícil escolher, e não tenho grande confiança na capacidade de fornecerem bons resultados. A Calçada da Carriche seria uma excepção porque é impossível seja o que for que façam lá não melhorar aquele horror. As Hortas são uma aposta estratégica, são mais vitais no ecossistema da cidade e têm mais valias económicas para quem delas usufrui do que um simples jardim.

As carências são demasiadas para os votos e para o orçamento. É difícil escolher, prioritizar…

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4 Responses to Orçamento Participativo de Lisboa: deadline das votações

  1. Internet Explorer 7.0 Windows XP

    Olá Ana,
    Num anseio comum de quem deseja cidades mais humanizadas e no que se refere ao Orçamento Participativo é certamente primordial a salvaguarda do “Espaço publico pedonal”. Reconheço entretanto o desagrado no que se refere aos investimentos nas infra-estruturas de meios cicláveis e afins, pois nem sempre cumprem os objectivos necessários do seu sentido prático, talvez pelo facto de na maioria das vezes não serem projectados com a participação de quem sente as reais necessidades diárias no terreno.
    Ainda assim tudo aquilo que for efectuado em prol de um desenvolvimento dos meios só deverá trazer um maior número de utilizadores que se tornarão cada vez mais participativos e exigentes.

    Saúdo ainda o seu contributo no projecto Cicloficina!

  2. Mozilla Firefox 3.0.3 Ubuntu Linux

    Rui, tenho muita dificuldade em aceitar que se façam as coisas mal quando o investimento para fazer bem é o mesmo e quando os recursos para saber fazer bem existem. Não somos um país muito rico nem vivemos em tempo de vacas gordas para gastar dinheiro (i.e., gastá-lo a fazer coisas inúteis ou redundantes deixando outras carências por cuidar) em vez de o investir (i.e., usar o dinheiro para resolver um problema que permanecia desapoiado).

    Que tal lançar uma Cicloficina aí em Almada? O conceito é o mesmo em todo o lado (o logotipo e o nome podem ser livremente usados por qualquer projecto similar em qualquer ponto do país), e pode usar o site que criámos para a divulgação e comunicação! 😉

  3. Internet Explorer 7.0 Windows XP

    Eu não discordo da concepção de partilha da mesma via pelos mais variados tipos de veículos, e que as bicicletas devem coabitar com os automóveis nas estradas, no entanto o sentimento da esmagadora maioria das pessoas, é que já mais alguma vez o fará se não se sentir minimamente protegida. Assim e deste modo, nunca sairemos para uma realidade de bicicletas na cidade com expressão.

    Quanto à cicloficina em Almada, seria interessante no entanto não tenho Know-how em reparação de bicicletas e disponibilidade horária, vou futuramente colaborando com possiveis meios.

    Cumprimentos

  4. Mozilla Firefox 3.0.4 Ubuntu Linux

    Eu penso que se alguém vê a sua vida condicionada pelas atitudes prejudiciais de outros, a acção correctiva / “restorativa” deve incidir sobre os infractores / agressores, e não sobre a vítima. Dentro das cidades, fora os grandes eixos viários de ligação, os peões, os TP e os ciclistas devem ter o ambiente “feito para eles”, sendo que quem se desloca de carro se deve adaptar ao contexto, e não o contrário. Muitas vezes (quase sempre, no caso português), as chamadas ciclovias são feitas para tirar as bicicletas do caminho dos carros, sem mudar nada no urbanismo e no desenho da cidade. Isso não traz vantagem nenhuma aos ciclistas nem aos peões, o ambiente continua a ser hostil, e a obrigação de circular pelas ditas ciclovias coloca outros problemas de segurança (desconhecidos pela maioria dos candidatos a ciclistas) e rouba competitividade à bicicleta como meio de transporte.

    Quanto à Cicloficina, eu também sou newbie nas questões de mecânica (sou mais uma “user” que uma “doer”), é mais a questão de encontrar um grupo de pessoas cujo conjunto de valências inclua a mecânica (outros terão conhecimentos de marketing e comunicação, para a divulgação, outros terão facilidade em “política” – arranjar apoios para o local, arranjar público, etc). Mas nem sempre a oportunidade se proporciona assim, do nada. Fica a ideia em stand-by. 😉

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