Publicado ontem no DN, crónica dos Jogos Olímpicos, escrita por Rui Hortelão:
Tinham acabado de nadar, pedalar e correr durante quase duas horas. Conquistado medalhas olímpicas, dado entrevistas para o mundo inteiro e até autógrafos. Mas na hora de voltarem ao hotel, Vanessa Fernandes, Emma Snowsill e Emma Moffat continuaram iguais a elas próprias. Montaram-se nas respectivas bicicletas e partiram rampa acima. Sim, a pedalar. É talvez o único aspecto em que o triatlo remete para o passado. Em tudo o resto, a modalidade transpira juventude, inovação, organização e profissionalismo. (…) O resultado da rigorosa organização interna, do contacto profissional com o exterior e da ambição de fazer melhor está à vista: uma medalha de prata e uma atleta com a garra de Vanessa Fernandes. Quando se entusiasma, a vice-campeã olímpica até fala de si no masculino. Ontem, aconteceu várias vezes: “um gajo” isto, “um gajo” aquilo e “quando um gajo”…
Daqui se depreende que o jornalista é um homem atrás do seu tempo: usar a bicicleta como meio de transporte (além de desporto e ganha-pão) é uma cena do passado, e garra é coisa de homem.
Nem sei o que diga, sem comentários…
Porra! Que anormal!
Acho que não percebeu o sentido do texto. Eu pelo menos li-o de uma outra forma. Como um elogio ao triatlo e a revelação de um pormenor curioso sobre uma campeã que não me parece que o texto deixe dúvidas sobre que ele a respeita.
A interpretação é, claro, subjectiva. Mas o texto é bastante claro, e penso que as minhas ilações foram perfeitamente lógicas. O texto é bastante óbvio…
Subjectividade ou não, a interpretação da Ana parece válida pq são este tipo de comentários que fazem (ou corroboram) a opinião generalizada dos portugueses em relação ás bicicletas como forma de transporte.