No Domingo o Bruno deu-me a dica de um documentário que estava a passar na SIC Notícias e eu lá fui espreitar. Ainda bem, pois era sobre sobre as questões do género (as in sex). Fiquei colada ao ecrã até aquilo acabar. Não houve assim nada de especial que eu não tivesse já lido ou visto antes, mas gostei de ouvir as histórias pessoais de algumas pessoas transgénero. Foi a primeira vez que ouvi falar do termo “brain sex”. Achei brutal saber que 1 em cada 500 pessoas tem alguma anomalia genética nos cromossomas sexuais (40.000 dos australianos, por exemplo)… Isto significa que o tradicional XX/XY = mulher/homem não é exactamente verdade. Há um espectro de géneros. E o género não pode ser definido unicamente com base no sexo cromossómico, nem unicamente no sexo genital, nem na combinação dos dois. Tem que se ter em conta o sexo cerebral. Este tema é absolutamente fascinante!
A primeira vez que ouvi falar de intersexo foi numa série brasileira cujo tema se desenvolvia em torno de uma clínica médica para mulheres, e onde a Ana Paula Aerósio desempenhava o papel de uma mulher jovem, lindíssima e estéril. A causa da esterilidade (e da ausência de menstruação) devia-se ao facto de ela ser geneticamente um homem. O seu desenvolvimento desde o útero foi feminino devido a uma deficiência numa enzima que transforma a testosterona (or something like that). O resultado é que o embrião não é sujeito à testosterona que era suposto para um rapaz e, logo, desenvolve-se como alguém do sexo feminino. O mundo é feminino por default, meus amigos. Só há um tipo de pessoas, os humanos, a existência de um outro sexo (masculino) prende-se com questões de estratégia biológico-evolutiva para aumentar a diversidade, nada mais. ;-P
Adorei este documentário (ver sinopse aqui, preços aqui). Ao pesquisar encontrei outros filmes que parecem interessantes. Pena os preços… 🙁 Ok, não podem ser gratuitos. Mas pelo menos vendê-los ao preço de um filme de cinema normal, não? Assim ninguém vê aquilo… E era tão importante que isto fizesse parte da cultura e da educação das pessoas! Para lhes manter a plasticidade mental e evitar que formatem o mundo em pequenos blocos estanques e pré-definidos…
Também a ver com esta questão dos sexos, está patente no Pavilhão do Conhecimento (Parque das Nações, Lisboa) uma exposição que me parece interessante: “Uma questão de sexo(s)”. Quero ver se consigo arranjar um tempinho para lá ir espreitar. 🙂 Está disponível até Agosto de 2007, por isso ainda tenho algum tempo. 😉