Dexter Morgan: People fake a lot of human interactions, but I feel like I fake them all, and I fake them very well, that’s my burden, I guess.
O Bruno pegou-me o interesse nesta série. Agora devoro-a como fazia com o E.R., ou a Anatomia de Grey, por exemplo. Acho curiosa a personagem do Dexter, e de certo modo identifico-me com ele. Não, não tenho nenhuma hunger for killing people (or any other living thing, really), só a ideia de ferir outro sentient being, me causa impressão. 🙂 A minha pulsão é construtiva, não destrutiva, tenho uma forte propensão para querer desenvolver, criar coisas, e quando me embrenho nelas, I get in the zone, não sinto falta de mais nada, não sinto vontade de fazer mais nada senão acabar aquilo (o que é chato porque uma pessoa precisa de comer, de namorar, etc). O paralelo que encontro com o Dexter é the otherness, uma expressão que o seu irmão usou para descrever o modo como ambos se sentiam. It’s the story of my life. A diferença é que ele finge o que não sente, e é bom a fazê-lo. Eu sou incapaz, e isso repercute-se na minha vida social. I don’t play along. Não sei fazê-lo nem tenho interesse em fazê-lo. No caso do Dexter a consequência de ser incapaz de fingir, alinhar para fit in é que descubram que ele é vazio, e que esse vazio o leva a matar pessoas. No meu caso as consequências são bem menos graves, não tenho nenhum segredo obscuro a esconder, simplesmente descobrirão que, well, I don’t fit in (bom, talvez possa ser considerado uma afronta alguém não querer fit in, but still…) Ao longo da minha vida esse facto – conjugado com o não ser capaz de fingir para passar a enquadrar-me e não querer fazê-lo, realmente, causou-me angústia, sofrimento. Hoje já ultrapassei isso (embora também tenha os meus dias). Aprendi que não tenho que fazer o que os outros gostariam ou esperariam que eu fizesse, porque aceito e lido bem com as consequências disso. Não sinto falta de gente. Gosto de conversar e partilhar coisas com outras pessoas like-minded quando se proporciona, mas não sinto necessidade de sacrificar a minha identidade para sentir que os outros gostam de mim ou para que me convidem para andar com eles. Talvez seja por que sou bastante desconectada. Ou talvez seja desconectada por causa disso. Não sei. O Dexter não sente, é vazio, porque o seu sistema desligou essa capacidade de modo a conseguir funcionar depois de ter passado por algo traumático e impossível de filtrar, processar, encaixar. É um mecanismo de defesa, de sobrevivência. É algo a que recorro frequentemente, a um nível mais superficial, sempre que algo me afecta e que preciso de bloquear para conseguir funcionar sem me passar. Mas é algo que tem efeitos secundários, pois o desligar não é selectivo (exemplo, posso ficar menos atenta a pessoas ou a situações que que não quero shut out). Será normal not miss people? Provavelmente não. Sou desligada, not very loveable (not cute, or sweet, or caring), e não sinto realmente falta das pessoas (à parte uma ou outra excepção de monta 🙂 ). Mas sinto-me bem quando volto a vê-las, gosto de as rever e de voltar a estar com elas. Simplesmente não sinto a sua falta quando elas não estão lá. Será algum fusível cerebral queimado? Como é que posso preocupar-me e estar tão atenta às pessoas como um todo, mas ser tão incapaz de me relacionar, interagir e estabelecer laços com as pessoas que me são mais próximas? Am I damaged too?
Harry Morgan: Being part of a family means smiling for photos.
Young Dexter: Why should I pretend to be happy?
I’m not good at smiling for photos. Maybe it’s just selfishness. Maybe it’s a strong personality. Maybe it’s a birth defect. But I no longer feel bad for not feeling happy. And for not trying to be happy through other people’s recipes. Funny enough, ever since I came to that “resolution”, I’ve been feeling a lot happier, and at ease with life, the world, myself. I’ve found that happiness visits you much more often when you’re in sync, when you do what you think you should do, speak your mind, walk the path you enjoy the most, honour your own values, work and live your own dreams. I have embraced my otherness, and learnt to enjoy but not overrate my likeness.
Aqui somos fans desde o primeiro episódio e estamos ansiosos pela chegada em Setembro da nova temporada, a 4a 🙂
http://www.youtube.com/watch?v=ageR58yU6ro
Uma música para este post:
“Be Yourself” dos “Morcheeba”
🙂
🙂
Olá Ana,
Vim cá parar por acaso, vindo de uma posta que mandaste na lista da MC.
Também gosto muito do Dexter, estou mortinho para que saia a 4a série.
Sobre o tema do teu post, I feel your pain, talvez te interesse o seguinte:
http://en.wikipedia.org/wiki/Asperger_syndrome
Boas pedaladas,
JP
Olá João,
Eheheh, eu já vi o primeiro episódio da 4ª série, e agora fiquei no suspense até Outubro! 😉 Quanto ao Asperger, conheço o síndrome, mas não encaixo. Acho que a haver um síndrome que explique por que sou como sou será o “Síndrome anabananasplit”, ainda pouco conhecido na comunidade científica. 😛