Sempre fui ao 3º Congres de la bicicleta, em Lleida, Espanha. E a viagem será financiada pelo trabalho de tradução de um velo-documentário, actualmente em curso. 🙂 Nunca viajei sozinha para o estrangeiro, e foi bom começar por um destino “aqui perto” geográfica e linguisticamente. 🙂
Não tenho, neste momento, disponibilidade e disposição para fazer um relato como deve ser, pelo que deixo só umas impressões gerais. O tema do congresso foi a legislação e as infraestruturas, deixando de fora um vértice fundamental do “triângulo”: a formação. Dos ciclistas, dos motoristas, dos peões, dos técnicos, etc, etc. De resto, achei interessante e fiquei contente por ter decidido ir, mesmo que um bocado à última da hora (ah e tal, ir sozinha, e o que é que eu vou lá fazer, não conheço ninguém, yada yada yada). 😉
Foi engraçado porque acabei por conhecer a Mane, do blog Biciene, que já conhecia por ter blogado um vídeo meu há tempos, mas que me reconheceu pela minha T-shirt, pois tinha encomendado umas para ela e para mais umas pessoas. “O mundo é um guardanapo”, como me disseram várias vezes durante a minha estadia por terras de Lleida. 🙂
Tive ainda a oportunidade de conhecer e conversar com outras pessoas, espanholas, dinamarquesas e francesas, com quem aproveitei para estabelecer contactos para o projecto http://laws.bicicultura.org/
Entretanto hão-de-colocar as apresentações dos oradores online, aqui.
As minhas fotos estão aqui. Há mais aqui.
Fiquei alojada no “Jardins del Segrià” e só posso dizer coisas boas do sítio e das pessoas, nomeadamente do Antonio, que foi uma simpatia. Recomendo vivamente.
Foi interessante poder andar a pé por Madrid, deu-me um melhor insight sobre o que será andar de bicicleta por lá. E achei Lleida um espectáculo a nível de condições para os peões. Passeios impecáveis, passadeiras bem feitas, e rebaixadas, bancos e bebedouros nas ruas.
E carros estacionados em cima de passeios não enchem os dedos de uma mão. Disseram-me que foi por vontade política há uns anos (a polícia não perdoa) e as multas são elevadas, o que associado à Carta de Condução por pontos, resultou numa cidade civilizada. Por cá, é a mesma merda de sempre. Ainda não houve nenhuma viagem ao estrangeiro (Alemanha, Suiça, Espanha) da qual voltasse feliz e orgulhosa por voltar para o meu país por o achar tão ou mais avançado, mais agradável, ou mais eficiente. Talvez tenha que começar a viajar para fora da Europa, pelo menos… *sigh*
Adorei poder fazer os cerca de 500 Km entre Madrid e Lleida em pouco mais de 2 horas, no comboio de alta velocidade.
Não gostei de ter que fazer os 600 e tal Km entre Lisboa e Madrid em 10h30min, overnight, num comboio desconfortável para o efeito (classe turista).
Não percebo porque é que não podemos ter estações de transportes públicos (interfaces) como outros países têm, limpas, confortáveis, funcionais, legíveis, etc, etc.
Bom, adiante.
Cerca de 350 pessoas participaram neste congresso, o que mostra a importância crescente deste tema. Houve um intervalo para café em que me pareceu ouvir alguém a falar português, mas não tive oportunidade de lhes seguir o rasto e confirmar. Penso que se não era a única portuguesa lá, andaria lá perto. 🙁
Excelente post e concordo com tudo o que escreveste. Para quando arranjam “tomates” os nossos políticos para acabar com o caos nas nossas cidades, pois só assim é que lá vamos. Só com medidas drásticas e inflexiveis é que se mudam mentalidades, caso contrário fica tudo na mesma. Madrid é um bom exemplo, porque entre o Tuga e o Manolo não há muitas diferenças, ou seja, o que é fazível lá, cá também o é. Amsterdão neste aspecto é brutal! É um banho de civilização! Continua o bom trabalho! Parabéns!