Isto é, por que é que é regra achar que se eu morar em determinada rua tenho direito a ocupar parte dessa mesma rua (que é pública, logo, para acesso e usufruto meu e de todos os outros) com o meu carro (mas não com um barco, ou uma roulote, ou uma pequena casa de jardim ou mesmo de bonecas) sem ter que pagar taxas nenhumas, mas se eu morar a 10 km de distância e usar o carro para me deslocar a essa rua para ir a uma loja, a uma empresa, ou visitar alguém, e lá estacionar o carro exactamente da mesma forma, já é justo que pague. Ou seja, o tipo que mora lá num sítio sem garagem (ou lugares suficientes nela) e tem um carro à mesma, pode ocupar gratuitamente o espaço público sem nenhuma contrapartida para os seus vizinhos e demais contribuintes que mantêm a rua, já o tipo que precisa de um sítio para estacionar porque foi de carro até lá e deu negócio (a.k.a. contribuiu com impostos) à freguesia tem que pagar esse mesmo espaço público que para o tipo que vive na rua é de borla.
Será que ninguém percebe que isto não faz sentido e introduz desigualdades e injustiças no sistema?
Entretanto, (mais) um belo exemplo da má gestão pública:
Para evitar que os motoristas estacionassem em cima dos passeios, impedindo ou dificultando a vida dos peões, impedem ou dificultam a vida dos peões tornando-os barreiras arquitectónicas. Bravo!
Enfim…
Atenção que em muitos locais como em Lisboa, os construtores dos edifícios pagavam à Câmara uma taxa, imposto ou lá o que fosse, para que os futuros donos dos apartamentos ou casas, tivessem o direito de estacionar o carro à porta. Eu também não sabia disso…
Não quero dizer que é justo ou correto, mas alguem pagou para que agora os donos dos carros se sintam no direito de ocupar os estacionamentos…
Cumprimentos
Creio que a lógica é que assim quem tem carro mas não o usa não tem que pagar por isso.
Seria o sinal errado a mandar às pessoas obrigar quem opta por ir para o trabalho de transporte público, boleia, a pé ou de bicicleta, a pagar mais para deixar o caso em casa do que pagaria para usá-lo para se deslocar.
Nuno, talvez isso até possa fazer sentido isoladamente, mas não faz sentido na big picture, porque o dono do carro é sempre beneficiado quer o use quer não…