Saí de casa às 13:51, com o cesto, os sacos de pano, os cadeados, a mala, luvas e capacete. Fui a pedalar pela estrada até Oeiras, próximo da Biblioteca Municipal, onde tinha um compromisso. Devo ter levado uns 5-10 minutos a decidir onde ia prender a bicicleta, a “instalar” os 3 cadeados, tirar o capacete e as luvas, retirar o cesto com os pertences e seguir. Tratei do que tinha a tratar, demorei-me praí uns 10-15 minutos. Novamente a rotina dos cadeados e afins. Faço-me de novo à estrada e sigo em direcção a Porto Salvo, fazendo um desvio para passar pelo Polisuper, o supermercado. Prendo novamente a bicicleta a um poste e levo o cesto. Faço as minhas compras, ponho-as nos dois sacos de pano, recusando os de plástico que me oferecem. Devo ter demorado uns 15-20 minutos. Volto prá bicicleta. Acondiciono no cesto traseiro os dois sacos de compras, a mala e a camisola que entretanto despi, e prendo tudo com dois “cabos” elásticos. Faço-me de novo à estrada. Chego a casa 1h20 minutos depois de ter saído. Não gastei dinheiro em combustível, não me sujeitei a filas, não poluí com fumo nem ruído. Senti a frescura do vento, o cheiro das flores no campo, fiz exercício físico que me faz bem à saúde e ao humor. Só levei mais 15-20 minutos do que se tivesse ido de carro. Mas para fazer exercício físico equivalente teria que ter gasto mais outra hora ou parecido para ir correr ou pedalar numa máquina estática, and pay for it.
Quando eu for grande quero viver a uns 5 a 10 Km do meu local de trabalho para poder commute todos os dias para todo o lado (ou quase) de bicicleta. 🙂 E, claro, poder fazer no horário de trabalho aquilo que já faço sempre que posso, learn more about bikes, sustainable mobility, how to promote both and create a bicycle-lifestyle culture. Eu quero ser como aqueles gajos que fazem aqueles programas sobre viagens, tratamentos de beleza e relaxamento, e coisas do género, os tipos que nós invejamos porque os sacanas estão a ser pagos para fazer algo que gostam e que até pagariam para fazer!! 😛 A sensação de trabalhar a fazer algo em que se acredita e que nos dá gozo é tãããoooo diferente de ocuparmos os nossos dias a desempenhar tarefas aborrecidas e para as quais não vemos utilidade efectiva, ou que simplesmente não nos realizam… Se vou passar a minha vida a matar-me a trabalhar, que seja em algo que me apaixone, para que o próprio trabalho seja a minha recompensa. 😉
“Se vou passar a minha vida a matar-me a trabalhar, que seja em algo que me apaixone, para que o próprio trabalho seja a minha recompensa…”
Não é isso que todos queremos…
Yah, mas nem toda a gente se pode dar ao luxo de tentar ter isso. Sim, porque neste mundo de incerteza, precariedade e competição desmesurada, para arriscar é preciso ter muita coragem ou então costas largas…