Ontem deparei-me com mais este exemplo (ler os comentários, também!).
Nos comboios da CP, Fertagus e Metro, há restrições de horário no transporte de bicicletas. Por um lado acho incompreensível porque “corta as pernas” a quem queira usar a bicicleta para o seu commuting diário casa-trabalho-casa. Por outro, especialmente desde que tive a experiência de levar a minha bicicleta no comboio na linha de Cascais, num domingo, compreendo perfeitamente. O que acontece é que enquanto o design das carruagens for o actual transportar uma bicicleta de tamanho normal é demasiado complicado, tornando-se um estorvo ou, no mínimo, muito pouco prático.
Soluções:
1) uso de bicicletas dobráveis (não é bem uma solução, mais um modo de contornar o problema…)
2) novo design das carruagens
Na minha opinião “não custava nada” modificar algumas carruagens, para que, em cada composição, a primeira carruagem fosse diferente das outras, estilo “open space”, totalmente desenhada a nível de bancos, encostos, suportes, número e tipo de portas para utilização por parte de pessoas em cadeiras de rodas, acompanhadas de bicicletas ou de carrinhos de bebé, e até carrinhos de compras mais volumosos (espreitar fotos de alguns exemplos aqui e aqui).
Porquê a primeira carruagem? Porque nunca sabemos quantas terá a próxima composição e assim, sabendo à partida que aquela em que queremos entrar é sempre a primeira sabemos automaticamente onde ela vai parar. Isto facilita o nosso pré-posicionamento de modo a tornar mais fácil e rápida a entrada para a carruagem.
Esta carruagem seria identificada de uma forma clara e distinta, diferenciando-se facilmente das restantes. Podia ter bancos, mas rebatíveis. Assim estava preparada para qualquer tipo de utente ou de necessidade. Quando houvesse bicicletas, cadeiras de rodas ou carrinhos de bebé para as usar, óptimo. Quando não os houvesse seriam sempre utilizadas por qualquer outro tipo de utente…
Agora, como regular o acesso à carruagem é passível de discussão. Será que era reservada? Será que era uma carruagem normal, e em horas de ponta se estivesse cheia de utentes “normais” os “com rodas” não poderiam entrar de qualquer modo? Há muito a analisar, mas o principal é que o design actual não é minimamente prático de usar mesmo em horas mortas de fluxo… 🙁