O meu Domingo

No Domingo fui com o Bruno passear para a Marginal, de bicicleta. Mas fizemos a cena “à séria”, fomos até lá também de bicicleta (em vez de as levar de carro, estacionar num sítio ao pé e depois sacar das jingas). 😉 A Sofia estava meio adoentada e acabou por não ir connosco.

Foi agradável, soube muito bem sentir o cheiro a mar a ouvir o som das ondas a rebentar na areia e nas rochas. Num dia normal isso seria “soterrado” pelo ruído e pela poluição dos automóveis. Foi bom ver as pessoas a usufruir da Marginal, umas a caminhar, outras (muitas!) de patins, alguns empurravam carrinhos com bebés, outros levavam putos atrás, na bicicleta, outros em atrelados, viam-se putos em jingas com rodinhas, outros já mais autónomos, uns em trotinetes, vimos duas bicicletas tandem, um triciclo, e um puto num carro a pedais tipo os GoKarts do Parque das Nações. Vimos duas pessoas em bicicletas com motor eléctrico, um senhor mais velho e uma rapariga nova, esta tinha uma ilegal, que anda sem darmos aos pedais – cá têm que ser pedalec. Vimos imensas pessoas em bicicletas da Lisboa Bike Tour, o que prova que muita gente foi a esta para arranjar uma bicicleta barata. Vi um homem numa cadeira de rodas a ser empurrado por um amigo. Devia ser Marginal Sem Carros uma vez por mês. 😉

Marginal Sem Carros!Marginal Sem Carros!

Marginal Sem Carros!Marginal Sem Carros!Marginal Sem Carros!

Fomos espreitar o Porto de Recreio de Oeiras, porque na última vez ainda estavam os estabelecimentos comerciais por abrir. Agora está cheio de esplanadas. No Domingo estavam lá muitas bicicletas estacionadas enquanto o pessoal tomava qualquer coisa na esplanada, mas não sei como é nos outros dias. Não há nenhuma estrutura de estacionamento para as bicicletas, a malta limita-se a encostá-las aqui e ali. 🙂

Bicicletas nas esplanadas do Porto de Recreio de OeirasBicicletas nas esplanadas do Porto de Recreio de Oeiras

A seguir passámos na Telepizza de Santo Amaro e comprámos umas pizzas. 🙂 Seguimos para o Jardim da Quinta dos Sete Castelos alguns metros mais à frente. Tirei umas fotos aos muitos postes plantados no meio do passeio. Vergonhoso…

Fileira de obstáculos no passeio!

[No dia 14 fui ao dentista à Amadora; a rua Elias Garcia, que passa em frente ao C.C. Babilónia é muito movimentada, não é pedonal mas os passeios andam cheios. Para atravessar tive que carregar num botão para o semáforo ficar verde. Aí tive um embate de uma realidade que no estrangeiro me tinha já desabituado. Tive que esperar uns 60 segundos até aquilo ficar verde! Lembrei-me da Suiça, montes de passadeiras ao longo da rua, e o sinal dos peões caia quase imediatamente para verde quando carregávamos no botão. Mostra a diferente atitude para com as pessoas num país e noutro…]

Bom, lá fizémos o nosso piquenique no jardim e depois ficámos por ali, sentados numas cadeiras reclinadas, à sombra a ler as revistas Única (jornal Expresso) e Tabu (jornal Sol).

À sombra no jardim, a ler

Mais tarde passámos para o relvado. Nesse dia havia lá muito mais gente do que nas vezes anteriores. É um sítio mesmo agradável. 🙂

Tarde de leitura no jardim

A propósito do Sol, gostei do jornal. Principalmente da secção “Mundo Real” no caderno principal. Na Única gostei de ler o artigo sobre a Cientologia. De partir a rir. Ou de chorar, conforme a perspectiva. Será que não há gente sã neste mundo? Aquele pessoal de Hollywood também tem umas pancadas valentes… Nunca pensei que o Tom Cruise (que sempre admirei) fosse assim tão completamente louco. Só lendo a história… A Madonna (que “segue” a Cabala) aconselhou o governo Britânico a usar um fluido místico da religião dela na limpeza de um resíduo radioactivo, porque acredita que pode ter efeitos curativos mágicos (!). Give me a break!!!

É só totós! Tudo a acreditar em fadas, deuses, mágicos e super-poderes!! Está tudo louco, mesmo. Antes pensava que uma guerra nuclear (a 3ª guerra mundial, previa-se) seria terrível, mas cada vez mais acho que antes virá uma guerra religiosa global muito pior, todos contra todos, a aniquilarem-se mutuamente porque não acreditam nas mesmas personagens e histórias mitológicas e não toleram a divergência nas crenças, afinal há milhentas religiões no mundo, tantas quanto os malucos que decidem ser “Deus na Terra”.

Não consigo pensar numa característica geográfica, étnica, linguística, física ou de pensamento intelectual (gostos pessoais e ideias políticas) que me leve a sentir uma cisão tão profunda entre mim e terceiros quanto a crença religiosa. É como sentir-me uma alien num planeta desconhecido.

O Expresso vai começar a oferecer (por +6€) uma edição limitada e exclusiva da Bíblia, comentada por um padre. Talvez isto seja um sinal para eu optar pelo Sol…

Uma cena fixe que vi na Única foi o Sleeptracker. Pena ser tão caro… 🙁

Na Tabu veio um artigo sobre uma família grande, a matriarca teve 10 filhos e as filhas também tiveram proles extensas. E ficaram em casa. Percebo a paixão de querer ter filhos, muitos. Só não percebo como pode ser visto como normal uma mulher dizer que “estudava sem interesse nenhum porque já sabia que não ia trabalhar”. Ou quando alguém lhe pergunta o que quer ser quando for grande, responder “mãe!”. Se fosse um homem a dizer isto, já soava um bocado esquisito, não? E se um homem só quiser ser “pai”? Fixe n’é? Não é preciso estudar nem trabalhar, é só ter filhos e cuidar deles, em casa. E também não é preciso estudar para ter e criar filhos… Don’t get me wrong, não tenho nada contra stay-at-home-moms. Só me arrepiam aquelas que se definem apenas com a maternidade, e nunca são nada além de mães e domésticas. Claro que depois tornam-se católicas e vêm defender “os valores da família”. Têm que defender a imposição de um modelo social muito mais restrito e severo para que os maridos não as abandonem quando os filhos já estiverem criados.

Estou a planear passar a andar de transportes públicos novamente. Mas com a bicicleta como elemento essencial de inter- e multi-modalidade. Ainda estou à espera dela, quero comprar uma dobrável. Entretanto, queria ir na minha bicicleta (a Btwin’7) para a FCT-UNL, nas próximas 4 semanas. Hoje estive a ver os preços e condições de transporte de bicicletas no comboio e barco. Fiquei muito frustrada. No comboio, mesmo que pague, não a posso levar das 7h às 10h… No barco só há limitação do nº de bicicletas a bordo (6), mas os preços são sempre desencorajadores. Alguém me explica porque é que (na carreira Belém-Trafaria) um animal de companhia paga o mesmo que uma pessoa (0.75 €) e menos que uma bicicleta? Posso levar as minhas malas de viagem ou a tábua de passar a ferro que comprei no supermercado, sem pagar mais por isso, mas a bicicleta, especificamente, paga 1.60 € por viagem! Além de discriminação de bagagem, eles ignora m totalmente o facto de uma bicicleta ser um meio de transporte complementar do deles, que se encontrasse mais facilidades talvez lhes subisse a clientela.

Acho que a minha melhor hipótese é o comboio da ponte, que é gratuito para as bicicletas e a restrição da hora de ponta não me afecta porque vou contra-corrente. Só que o problema é: como vou apanhar esse comboio?… É um grande e desnecessário desvio…

Preciso mesmo de uma dobrável to dodge all this stupid obsolete directives

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