É uma invenção espectacular! 🙂
Os Segway são, no entanto, ainda muito caros.
São eléctricos, e consomem menos energia do que outro qualquer veículo eléctrico visto serem menos volumosos. É como andar a pé, mas mais depressa. E sem a parte do andar. Convida ainda mais à imobilidade porque assim podemos literalmente sair de casa já “montados no carro”, e levá-lo efectivamente para a mesa de trabalho, por exemplo… Para ser usado em serviço, durante muito tempo, presumo que se torne desconfortável, porque implica ficar na mesma posição, de pé, por muito tempo.
É o ideal para pessoas com dificuldades de locomoção (desde que se consigam aguentar bem de pé). Mas é uma alternativa muito interessante de transporte individual que gostaria de ver mais disseminada (desde que se devesse principalmente à conversão de automobilistas!). 🙂
No video promocional as pessoas levam-nos para todo o lado, montados neles, mesmo dentro de edifícios, lojas, etc, e comboios e metros. Cá nem as bicicletas estão “liberalizadas” para serem transportadas (let alon riden!) nos transportes públicos e respectivas estações/zonas de acesso. E os regulamentos são omissos ou restritivos no uso de patins (calçados mesmo!). Assim, aquela ideia veiculada não se aplica a Portugal. Por enquanto. 😉
Pelos vistos a moda dos Segway está a pegar por cá. E justamente por quem tem dinheiro para gastar. Nomeadamente as autarquias, claro. Vi primeiro a notícia da Polícia Municipal de Matosinhos, no DN. Depois vi que em Oeiras já tinham feito uma experiência antes, também.
O uso pelos carteiros parece-me um bom investimento. É mais barato (no consumo de combustível) do que uma mota (mesmo que eléctrica) e mais prático. Já o seu uso generalizado pela polícia me parece uma má gestão de dinheiros públicos. Com 5 000 € equipavam uns 10 polícias com bicicletas. Mesmo que optassem por bicicletas com ajuda de um motor eléctrico, era um investimento mais inteligente. Mais saudável e confortável para as pessoas (fazem algum exercício físico e podem sentar-se!), mais barato na aquisição e na manutenção, e mais fiável (não acaba a bateria, e mesmo numa eléctrica, os pedais continuam a trabalhar mesmo depois de acabada a electricidade!). Se fôssemos um país rico ainda percebia que não se quisesse ou tivesse que levar estas coisas em conta. Mas somos um país pobre. Nem tanto de dinheiro, mas de talento, o que resulta em desperdício do que temos e, logo, de menos dinheiro no saldo final.
É um bocado frustrante ver as zonas turísticas balneares patrulhadas com o último grito na mobilidade e depois ver as pessoas sem ter onde se sentar ou abrigar do clima na maioria das paragens de autocarros. Ou ver pessoas sentadas nas valetas das estradas ou em encostadas a rails porque ninguém se digna a investir o dinheiro de todos onde ele faz mais falta.
Ou ver pessoas andar nas bermas e valetas das estradas para ir de uma localidade a outra ou até de uma rua à seguinte, sem ter condições de conforto e muito menos de segurança, porque neste país os passeios existem para emoldurar alguns sítios, e as pessoas são esperadas mover-se de carro numa base porta-a-porta…
O nosso problema não é falta de dinheiro, é falta de governantes que saibam distinguir o essencial do acessório, e saibam estabelecer prioridades de investimento de uma forma estratégica, honesta, justa.
Este desabafo não é contra o Segway, nem contra os veículos eléctricos, é com as pessoas que gerem este país que também é o meu.