Em deambulações pela web tropecei nalguns textos interessantes. Descobri o blog Silvia Sem Filtro (curti bué a foto no banner) pelo post “Lisboa à margem“. Pequeno trecho:
«A propósito da marginal de Cascais, tomemos este exemplo. Ainda lá estive ontem. Um pedaço de paisagem lindíssimo, fabuloso para ser disfrutado. (...) O que é que fazem estas almas mouriscas? (...) Espetam-lhe, mesmo junto à linha de água, com uma linha de comboio e uma estrada de tráfego intenso, perigosíssima, que ninguém pode atravessar a pé, e onde, ÓBVIAMENTE, muitos condutores se estampam. (...) As casas, prédios, moradias (as PESSOAS) ficam do OUTRO lado da estrada, isoladas como ilhas, com a vista de mar, sim, mas reféns da estrada perigosa mesmo ali em frente. Tão perto e tão longe. Como se a vista de mar fosse uma miragem, uma coisa para ver, mas não para disfrutar. A intenção aqui parece ter sido a de castigar algo que seria naturalmente agradável, fruível, e obrigar a um sacrifício penoso, e ainda por cima, um sacrifício pelo qual se pagam fortunas.»
Como não concordar?… Deu-me vontade de ir fazer uma excursão ao Norte para ver se lá é mesmo assim tão diferente. Infelizmente a minha área de influência sempre foi apenas e mais o Sul do país. Até Aveiro, Coimbra também tenho ums experiências. Mas do Norte mesmo Norte não conheço quase nada. Só umas vistas apressadas aquando de uma festa de casamento em Chaves, há vários anos. Se bem que me lembro de ter achado a paisagem atraente. 🙂
Noutro blog, palavras da arquitectura, encontrei um texto sobre “a cidade e as bicicletas“. Trecho (sublinhados & cheios são meus):
«Transpondo a situação para o nosso país, o que nos diferencia não se trata de uma questão de topografia ou de clima. É uma questão social, política, de planeamento e de ’status’. Um português não anda de bicicleta a não ser ao domingo, para fazer desporto e mostrar a sua boa aparência. O problema nem é chegar cansado ao trabalho pelo facto de ter feito umas subidas e descidas, trata-se de que em Portugal só anda de bicicleta diariamente quem não tem dinheiro para ter carro e/ou andar de transportes públicos. Nunca aqui se vê nenhum homem de negócios a dirigir-se com o seu computador portátil, de bicicleta para o seu escritório xpto no 34º andar de uma torre na zona mais in da cidade, com vistas para o mar. Porque? Porque em Portugal essa caricatura não encaixa no perfil de uma pessoa com esse estatuto!
O que se vê em cidades como em Copenhaga, Munique, ou mesmo Viena é uma grande diversidade social que se desloca em bicicleta, sem preconceitos ou juízos de valor sobre o facto de irem num meio de transporte em que eles mesmos são a sua força propulsora. Só assim se torna possível observar pessoas que vão trabalhar vestidos de fato, ao lado de crianças que vão para a escola, que seguem atrás de alguém que vem do supermercado ou algum turista de passagem, todos eles em bicicleta e deslocando-se em vias criadas para esse propósito, separados dos automóveis e desfrutando ao mesmo tempo de aspectos da cidade que se tornam únicos ao serem percorridos de bicicleta.»
Sem dúvida!
Aqui encontrei um post interessante para dar outra perspectiva ao uso da bicicleta e, nomeadamente, nos países nórdicos. Equilíbrio é fundamental! Não devemos passar de um extremo negativo a um outro extremo também negativo! Não defendo a supremacia da bicicleta sobre os carros para depois estas agirem como estes em relação aos peões!!
É sim, muito diferente. Se vieres ao Porto, traz a bicicleta. 🙂
Obrigada pela visita.
🙂 Entretanto já fui, este ano. Só ainda não tive tempo de blogar. 😉