- Porque só se trabalha quando nos apetece, e só aplicamos e fiscalizamos as regras quando e a quem nos apetece. Exemplo:
Ontem foi o primeiro dia em que além de almoçar também jantei na cantina da FCUL. Tudo fixe, pouca gente, só “estranhei” a presença de um senhor junto à senhora da caixa, no fim da linha, que nunca tinha visto e que não sabia o que fazia ali. Hoje descobri. Cheguei lá (desta vez com o Bruno) e ia alegremente a passar por ele quando ele nos pede “o cartão”. Referia-se ao cartão de estudante, para ver se era um dos válidos para usar aquela cantina. Geralmente só na Cantina Velha é que isto é regra. Ontem ninguém (nomeadamente ELE) mo pediu, e ao almoço (quando a afluência é INFINITAMENTE maior) de hoje e das últimas 3 semanas também não… Azar o meu, ele reparou que o cartão que tinha estava caducado, e disse que só com um cartão válido. Eu TENHO um cartão de estudante válido, mas não o costumo trazer porque nunca preciso dele, e como aquilo também é o meu cartão de débito bancário tenho mantido aquele “caducado” para não estar a pedir novos pins. Amanhã já levo o actualizado, vamos ver como é desta vez. “Ah, ontem não me apeteceu fazer o meu trabalho. Hoje até ’tou com vontade,’bora lá!”. E assim vai o Zé Povinho…
- Porque toda a gente procura maneiras de usufruir de apoios, benesses e privilégios que não lhes são devidos. Exemplo:
Hoje disseram ao meu pai que tínhamos cometido uma grande “argolada”. Que eu podia não ter pago as propinas da faculdade por inteiro, usufruindo de uma bolsa, se entregasse a declaração de IRS em nome individual, como trabalhadora recebendo o salário mínimo, empregada na empresa do meu pai… Ou seja, que podia ter concorrido a uma bolsa de estudo alegando dificuldades económicas. E o estatuto de trabalhador-estudante para (entre outras coisas, suponho) ter direito a aceder à Época Especial de exames, sem efectivamente ser “trabalhador”, é outra manobra típica muito comum.
- Porque se fala muito mas faz-se pouco. Exemplo:
Já repararam que a iniciativa e-U não tem servido para mais nada do que vender portáteis “mais baratos”, e fornecer cobertura wireless no campus? Na FCUL, por exemplo, onde está o e-U?
«O e-U é uma iniciativa que visa a criação e desenvolvimento de Serviços, Conteúdos, Aplicações e Redes de Comunicações Móveis (dentro e fora da Universidade) para estudantes e professores do Ensino Superior, incentivando e facilitando a produção, acesso e partilha de Conhecimento.
Depois do arranque do projecto em 2003, a rede wireless e-U abrange já cerca de 80% da comunidade académica portuguesa. Importa agora mobilizar essa mesma comunidade para a plena utilização dos conteúdos e serviços académicos que estão a ser progressivamente disponibilizados. Para isso contamos contigo!»
«Em breve a iniciativa vai estender-se a todas as Universidades e Institutos Politécnicos que aderiram ao programa. Estas instituições vão ter apoio para a instalação de rede wireless nos seus campus e desenvolvimento de conteúdos, serviços e aplicações online.
Depois de encerrado o prazo para apresentação de candidaturas no âmbito da iniciativa e-U-Campus Virtual, deram entrada 57 projectos que representam a quase totalidade do meio académico superior em Portugal. Dos projectos entregues, resultam números de expansão das redes Wi-Fi nunca vistos na Europa: as 57 candidaturas significam mais de 200 “nuvens” e 4500 pontos de acesso.»
Actualmente, tanto para a UNL como para a UL aparece: “Estado do Processo: Rede wireless disponível e certificada“, e os símbolos da wireless, do e-U e da B-On. Mas enquanto na FCT-UNL temos efectivamente um “campus virtual” na forma do CLIP, na FCUL isso está muito longe de existir… O que é que o pessoal tem andado a fazer desde 2003?…