O Festival do Táxi decorreu na Gulbenkian nos dias 20 (todo o dia) e 21 (apenas de manhã).
No dia 21 eram também as Jornadas de Ambiente da Quercus sobre Mobilidade Sustentável. Inicialmente eram pra ter sido em Abril ou lá o que era, mas entretanto foram adiadas alguns meses, e cometeram o erro de as passar para a Semana Europeia da Mobilidade… O erro de as fazer em Fátima foi repetido (fui às do ano passado, sobre Construção Sustentável, e também foi lá). Resultado, no meio de tantos eventos sobre mobilidade nesta altura, a afluência de participantes ainda foi mais diminuta que no ano passado. Além disso, suspeito que a maior parte dos inscritos seriam novamente da zona de Lisboa (como eu), e às tantas ter que perder 3h em viagens (isto se formos de carro e pela autoestrada) desmotiva um bocado e o mais certo é sermos levados a participar noutra coisa qualquer a decorrer. Foi o que aconteceu comigo, preferi assistir ao Festival do Táxi. Se fosse em Lx ainda teria ido assistir às conferências da tarde, mas sendo em Fátima essa hipótese não era exequível… 🙁 Foi pena, mas não possuo o dom da ubiquidade. 😉
Fui de carro até Sassoeiros, de Mobiky até à estação de comboios de Oeiras, de comboio até ao Cais do Sodré, de Metro até à estação de S. Sebastião, e de Mobiky até à Gulbenkian.
Guardei a bicicleta no serviço de bengaleiro que eles disponibilizam. 5 estrelas. 🙂
Achei muito interessante o colóquio. Na pasta com documentação estava incluída uma listagem dos participantes no evento (incluia os oradores e organizadores), com nome, país, profissão, empresa e e-mail. Achei aquilo um bocado “abusado” porque na minha inscrição, ao colocar a informação, não autorizei ninguém a divulgar essa mesma informação… Mas enfim, até foi interessante ver o conjunto de pessoas presentes. Contei 152 pessoas, sendo que apenas 21 eram de Portugal (13.8 %). Cerca de 7, pelo menos, tinham directamente a ver com o Festival (eram oradores ou organizadores), logo, talvez uns 9 % dos participantes tenham sido portugueses, umas 14 pessoas que foram ali não por irem falar nem por estarem ligadas ao evento, mas porque estavam mesmo interessadas naquilo. Penso que não havia ali ninguém da Carris, da CP, da Transtejo, ou de outro operador de transportes públicos. Não penso que houvesse nenhum taxista nem nenhum dono de uma empresa de táxis (excepto talvez 1 pessoa, cuja área não consegui perceber pelo nome da empresa). A maior parte das pessoas eram de França ou de países próximos (Bélgica, etc). Dada a afluência de portugueses (ou pelo menos, de não-franceses), fazer este Festival cá fez tanto sentido como fazer as Jornadas da Quercus em Fátima… Mas não me queixo, assim tive a oportunidade de ser exposta ao que se faz lá fora, gratuita e facilmente, aqui perto de casa e até com direito a almoço e coffee-brakes gratuitos! 😉
O evento foi divulgado nos mainstream media e não percebo o porquê do desinteresse por parte de quem trabalha nesta indústria (transportes públicos e privados, mobilidade,…). Conhecimento, experiência e informação aqui à mão de semear, a custo zero, e ninguém aproveita? Ninguém se preocupa em ganhar uma edge na competitividade, na inovação?
Não tenho tempo nem paciência neste momento para fazer um relato como deve de ser do evento, mas falou-se do táxi como serviço e não como veículo. Os táxis podem ser automóveis ligeiros, carrinhas multi-passageiros (táxis colectivos), motas. Podem funcionar em esquema de rua (praças de táxis e mandar para um quando passa por nós algures), ou por reserva ou pedido prévio, por telefone, internet,… Falou-se muito na gestão da mobilidade, nas soluções de mobilidade em zonas de pouca densidade populacional, e para populações envelhecidas e/ou com necessidades especiais de mobilidade.
Cá fora, estavam em exposição dois “táxis do futuro”, que ainda espreitei:
Vi a apresentação da equipa vencedora do concurso Táxi Stand:
E num evento posterior em que participei, no CIUL, pude ver ao vivo o protótipo de alguns dos módulos desta “paragem” de táxis futurista:
Adoro os eventos na Gulbenkian, com aquelas janelas amplas para o jardim exuberante, os edifícios com varandas e telhados verdes, o jardim lindíssimo, cheio, vivo. 🙂 A maior parte dos “jardins” em Portugal são meia-dúzia de árvores e muita relva… 🙁
Montes de fotos do Festival disponíveis aqui.