É pena que os custos tenham sido afectados por esta mudança estratégica, depois de falar recentemente com algumas pessoas na área dos POS, só ouvi sobre o Windows um “ainda bem que mudámos, o Linux só nos trouxe vantagens” que então enumeraram: estabilidade, baixo consumo de recursos, tamanho: podem usar memória flash com pouco espaço, facilidade de funcionamento em rede, etc…
Diria que ainda bem (não foi a minha primeira reacção, claro :P) que isto aconteceu ao OLPC, escolher um OS praticamente descontinuado é uma decisão arriscada, mas se isso fizer chegar as máquinas ao miúdos, facilmente evoluem mais tarde para o OS que era suposto correr no XO. Assim que se fartarem (nos locais com acesso à Internet) dos vírus, spyware, da lentidão (pela necessidade de correr n programas para resolver as deficiências do Windows) e do facto de não haver correcções para os problemas do sistema operativo assim que este seja descontinuado.
A não ser que os miúdos recebam uma versão do Windows que não seja afectada por estes problemas (e com um novo ciclo de suporte), mas ai os clientes actuais deverão exigir nada menos para os seus computadores a correr Windows, afinal injectam dinheiro no OLPC para que os miúdos sejam contaminados com o sistema operativo deles e ainda lhes dão algo em condições, a que os clientes normais não têm acesso?
[Via rlslog]
No caso do XP pelo menos os fixes de segurança continuarão a ser distribuidos até ao final da fase de suporte estendida que termina em 2014.
http://support.microsoft.com/lifecycle/?p1=3223
E é igual para todos os clientes.
Para mim, a escolha do XisPe foi o último prego no caixão do OLPC. Se ao menos tivessem o bom senso de escolher um Blag ou gNewSense, por exemplo.
OK Victor, apesar de continuarem a depender das actualizações centralizadas (não me parece que possam configurar um repositório tipo yum, ou apt local), mas nem essa extensão os safa dos problemas de vírus etc… Seja como for, duvido que a experiência seja minimamente comparável, e se usarem o Sugar (dizem que mudam do Linux por causa do Sugar e depois portam o Sugar para Windows… duh), aparte de não terem um sistema aberto que lhes daria independência de manutenção, possibilidades de aprendizagem a sério (aprender como funciona em vez de que botão faz o quê), talvez os miúdos tenham acesso ao conteúdo e às inovações de utilização que o Sugar pretende levar. Assim que perceberem que foram enganados e têm máquinas com um sistema operativo inferior e que o outro é mais eficiente, aberto, livre e gratuito, eles mudam. 😛
Bruno, acho que o XisPe é para apresentar paralelamente com a distro original, claro que no final é provavelmente deployed aquele que for mais fit para a tarefa, não sei como farão a escolha, eles lá devem saber…
Cheers!
Bluey,
Estás a falar como se a distribuição que estava a correr no OLPC fosse igual à que tens em casa (mesmo a idependência de manutenção não era verdadeira), não é por isso nada do que assumes que eles teriam e possível naqueles sistemas. Em relação a esta implementação existe muita coisa que ainda se desconhece, deixa aparecerem mais detalhes e depois podes falar. Como sabes o objectivo é criar uma plataforma que lhes permita ter acesso a conteúdo que lhes dê o mesmo tipo de oportunidades de aprendizagem que outras crianças têm, o projecto não encerra em si a ideia de criar developers, isso acontecerá nouta fase das suas vidas.
Acho engraçada a tua ideia sobre o que é aprendizagem a sério ;o)
Victor
A distribuição é idêntica, e mesmo que não seja, desde que use um sistema de gestão de pacotes pode ser mantida de forma local, mesmo que criada de raiz. E eles usam algo baseado em Fedora.
Se a ideia é usa o Sugar, não sei porque querem meter Windows nas máquinas, o OS é _irrelevante_ e já tinham um muito melhor.
Efectivamente expliquei-me mal no campo da aprendizagem, não acho que aprendizagem a sério se limite a saber informática àquele nível, todo o conteúdo que será disponibilizado nas máquinas é o fundamental, mas assumir que eles terem Windows lhes vai dar capacidades para o mercado de trabalho, mas depois usarem o Sugar como interface, não percebo o argumento de usar Windows. Quando eles chegarem ao mercado de trabalho aquela versão do Windows já morreu há algum tempo…
A possibilidade de eles terem um sistema aberto, embora tenham sempre que aprender para lhe mexer, têm liberdade de o adaptar e modificar/melhorar. Usando Windows essa hipótese é nula.
Claro que existe muito mais além destes pormenores técnicos, e o conteúdo que será disponibilizado aos miúdos através da tecnologia é que é o importante, mas se se começou com uma certa visão de liberdade e abertura, a um preço mais acessível, falhou-se completamente nessa base se se distribui um sistema fechado, pouco eficiente e ainda por cima mais caro (o dobro do original).
Porque não aceitaram a oferta da Apple à partida? 😛
Bruno,
“mas assumir que eles terem Windows lhes vai dar capacidades para o mercado de trabalho”
Ninguém assume isso, até agora só tu ;o) o SO é perfeitamente irrelevante, o importante é o material que lá vai funcionar em cima.
“A possibilidade de eles terem um sistema aberto, embora tenham sempre que aprender para lhe mexer, têm liberdade de o adaptar e modificar/melhorar.”
Aqueles miudos nesta fase não vão fazer nada disso, queres ver que esperavas que cada um deles viesse a fazer um fork (estou a brincar) lol
“Claro que existe muito mais além destes pormenores técnicos, e o conteúdo que será disponibilizado aos miúdos através da tecnologia é que é o importante”
Aqui disseste tudo.
“mas se se começou com uma certa visão de liberdade e abertura, a um preço mais acessível, falhou-se completamente nessa base se se distribui um sistema fechado, pouco eficiente e ainda por cima mais caro (o dobro do original).”
Ao dobro já ele estava mesmo sem Windows… e não acredito que o Windows lhes vá custar alguma coisa, sequer, mas deixa ver.
“Ninguém assume isso, até agora só tu ;o) o SO é perfeitamente irrelevante, o importante é o material que lá vai funcionar em cima.”
Já foi dito várias vezes, e se não é essa a razão não existe nenhuma para usar Windows.
“Aqueles miudos nesta fase não vão fazer nada disso, queres ver que esperavas que cada um deles viesse a fazer um fork (estou a brincar) lol”
Decerto que não falo dos miúdos nesta fase, mas de quem fica com o cargo de as manter localmente.
“Aqui disseste tudo.”
Claro, eu percebo perfeitamente a ideia do projecto, mas o que me interessa particularmente é a implementação. Tu assumiste que eu tinha uma visão reduzida da questão.
“Ao dobro já ele estava mesmo sem Windows… e não acredito que o Windows lhes vá custar alguma coisa, sequer, mas deixa ver.”
Estava a cerca de 3 meios do custo original, alguns aumentos foram devido à adição do leitor de cartões (e entretanto de outras coisas), e pelo que se refere cada licença de Windows custará $12, deixando o custo no dobro do inicial.
Eu não dou o benefício da dúvida à Microsoft, e quem dá ou tem algo a ganhar ou não quer ver a verdade…
http://arstechnica.com/news.ars/post/20080516-olpc-and-microsoft-will-make-windows-available-on-xo.html
E nem portar o software _fundamental_ para os miúdos usarem as máquinas vão fazer. Gostava de compreender qual é a vantagem de correr Windows no XO: aumento de custos (hardware e licença), fechado, actualizações remotas, consome mais recursos, complicações com licenciamento…
Ou seja, se é pelo OS, porque se continua a usar o Sugar? Se não é pelo OS, para que serve mudar para algo de pior qualidade, menos adequado e ainda por cima mais caro (mesmo que as licenças custem $3, houve gastos no hardware por causa da mudança)? 😛
Não compreendo quem pode de forma informada aceitar este tipo de coisas. Podem não usar Linux, nem aderir ao conceito do Software Livre e Aberto, mas aceitar que se mude de uma plataforma nestes termos, adaptada ao hardware, com possibilidade de ser mantida e actualizada localmente, e com software desenvolvido propositadamente, venha a MSFT, faça os custos das máquinas aumentar, introduza uma versão limitada do OS, cobre licenças e não participe na portação do software para o seu OS.
Face a isto argumentar com o “pense-se nas crianças”, “o que interessa é o conteúdo”, é pouco sensato, isto é mais um “deixe-se lá o monopólio continuar”, “que se lixe a fraca qualidade do sistema operativo da empresa mais rica do mundo”… Bah! 😛
Vai ao site do projecto e vais ver que encontras lá muitas das razões. Na minha opinião este é mais um daqueles problemas com a gestão do projecto, faltou inicialmente uma clara definição dos requisitos, claramente chegam a uma fase em que sentiram que não tinham criado a solução que queriam… deviam era ter pensado nisso no inicio, desta forma apenas foram caminhando de problema em problema desgastando-se até chegar à rotura. Neste momento a organização quer é vender portateis de baixo custo onde quer que seja, para ver se ganham algum folego, e com o windows ate pode acontecer que façam alguns negocios em paises que nao sao aqueles para onde se tinha pensado vender estes PCs.
Vamos aguardar e ver o que acontece.
Claro Victor, compreendo que a mudança possa ter princípios válidos, mas assumo cepticismo quando a Microsoft está envolvida. 🙂
Se têm um sistema melhor que o Windows, e o Sugar será sempre o frontend, só compreendo que aceitem usar Windows se isso garantir vendas a países que estariam pouco receptivos a máquinas sem Windows.
Só acho que não faz sentido mudar para Windows porque sim, dado que essa mudança aumentou os custos da solução. Se tivessem recebido algum tipo de subsidio da Microsoft, parto do pressuposto que isso não sucedesse.
Entretanto formou-se um projecto para o Sugar independente do OLPC, talvez isso marque a separação do “vender portáteis a países menos desenvolvidos” e do “fornecer uma solução de aprendizagem para crianças de países menos desenvolvidos”. Eu sempre achei que o OLPC era o segundo, mas pelos vistos a visão do Negroponte talvez fosse a primeira, talvez tenha percebido mal.
Cheers!
Sera’ isto verdade ou apenas uma balena que o jornalista escreveu para encher o texto?
“Many countries have been reluctant to buy the machines because they did not run Microsoft’s Windows operating system.”
http://news.bbc.co.uk/2/hi/technology/7411904.stm
Pois, mas é apenas nessa situação que considero lógico adicionar o Windows ao rol de opções. Mesmo assim, será que não passará a haver países que deixam de comprar porque o preço aumentou, devido às alterações feitas para o XO poder correr Windows? Será que as vendas nesses países que só compram Windows (sabe-se lá porquê… 🙄 ) justificam o tempo perdido a portar o Sugar para esse OS e os gastos na modificação do XO?
O que o Negroponte anunciou esta semana parece-me interessante, a 2ª versão do XO. Se os $75 não subirem, claro. Mas uma máquina daquele tamanho com 2 ecrãs de duplo modo é capaz de fazer sentido até para os países mais desenvolvidos. Ficaria a meio caminho entre um PDA e um sub-notebook (XO, EEE, etc). Uma verdadeira agenda electrónica.