Pro-life and the sanctity of life, by George Carlin

A propósito disto, que descobri por aqui, dou a palavra ao George:

[Claro que o homem não podia ser perfeito. 😛 ]

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Relatos de um dia em bicicleta

A caminho de LisboaNo passado dia 12 de Maio fui fazer umas coisas a Lisboa. E fui de bicicleta, conjugando-a com o comboio da linha de Cascais entre Paço de Arcos e o Cais do Sodré. Só possível a partir das 10h, claro.

Almocei na Baixa com um amigo, após uma reunião de trabalho, depois segui para o Rossio, queria ir comprar umas cenas old school na Brás & Brás. Só que cheguei lá e deparei-me com um problema: obviamente que não havia bike racks, mas a questão é que não havia uma única peça de mobiliário urbano naquela ruela pedonal onde eu pudesse prender a bicicleta por uns minutos… Resultado, a loja perdeu uma cliente.

Uma loja de desporto, vende bicicletas, mas não há estacionamento para quem lá vá de bicicleta...Voltei para baixo, decidi dar um pulo à FNAC no Chiado. Cheguei lá pela rua de baixo, na entrada da SportZone. Por acaso já não me lembro se nesse dia também havia lá alguma, mas é comum verem-se uma ou duas bicicletas estacionadas como dá naquela zona. Como não queria deixar a bicicleta presa a um sinal de trânsito e a empatar as pessoas no passeio, tentei ver a minha sorte no parque de estacionamento subterrâneo ali ao lado. Já antes tinha feito isso, com aceitável sucesso, dadas as condições, no Picoas Plaza, uns dois meses antes.

Num parque de estacionamento subterrâneo do ChiadoOs dois funcionários primeiro hesitaram, depois acordaram em eu deixar algures, mas tirando um ticket, mas depois lá me deram uma borla, também porque como o sistema marcava “lotado” a máquina não emitia mais tickets. Também havia um bocado de “good cop and bad cop”, mas os senhores foram bastante prestáveis, e resolveram o meu problema o melhor possível, dadas as circunstâncias (as regras não lhes permitiam fazer aquilo, supostamente, e não havia nenhuma área que estivesse preparada de algum modo para receber e prender bicicletas, à borlix ou a pagar). Lá deixei a bina presa a um rail, atrás de uns carros. Coloquei-a do lado de fora e não do lado de dentro, como o funcionário me indicou, porque tive receio que alguém a tirar ou a pôr o carro me batesse na bicicleta, quer inadvertidamente quer apenas por maldade. Pus os cadeados todos, tirei os meus pertences, desmontei o ciclo-computador e a luz da frente, e lá fui eu à minha vida. 🙂 Tive que andar carregada com o portátil e umas papeladas, mas felizmente era o Mac do Bruno e não o meu “tijolo”, ou precisaria de uma mala com rodinhas. 😛

A minha bike estacionada no Parque de Estacionamento subterrâneo do Picoas PlazaPraí uma hora e tal depois voltei, a minha bicicleta ainda lá estava, sã e salva. Arrumei as minhas coisas, agradeci aos senhores na recepção, e bazei (ou será basei? 😛 ). Subi, seguindo para o CIUL, no Picoas Plaza, onde estive entretetida com trabalho. A solução para o estacionamento da bicicleta foi o mesmo da última vez, pedir encarecidamente ao segurança na recepção do parque de estacionamento subterrâneo. Voltou a funcionar muito bem. 🙂

Bicicletas no Picoas Plaza, excepcionalmente, no dia 12/05/2008, das 18h às 20hEnquanto lá estava vi as preparações para a segunda reportagem da SIC sobre o projecto “100 dias de bicicleta em Lisboa”, do Paulo Guerra Santos. Confesso que conjuguei os meus afazeres em Lx para aquele dia porque sabia da reportagem, nomeadamente, estava a contar aproveitar-me dos estacionamentos para bicicletas que o Paulo tinha anunciado que iriam ser disponibilizados naquele dia. Pensei, “perfeito, assim posso ir trabalhar para o CIUL e deixar a bike debaixo de vista estacionada na praça central daquele edifício”. O que eu não sabia era que a excepção que a administração do Picoas Plaza abriu naquele dia não significava que haveria os tais estacionamentos todo o dia, eram mesmo só “para a fotografia” durante a reportagem para receber os ciclistas apoiantes do projecto, pelo que só apareceram pouco antes da hora marcada para a dita reportagem.

Quando lá cheguei, subi com a bicicleta a rampa para a praça e olhei em volta. Como não vi bike racks nenhumas perguntei à florista que lá estava. Ela também não sabia de nada, estava a dar-lhe uma novidade. Eu expliquei aquilo que sabia, que normalmente a administração proíbe a entrada com bicicletas mas naquele dia abriam uma excepção por causa de uma reportagem, e que iam instalar uns suportes e tal. Ela disse que “sim, sim, os seguranças não deixam ninguém levar para ali bicicletas [eheheh, mas eu já levei umas quantas vezes a minha Mobiky sem problemas, vivam as dobráveis! 🙂 ], muitas vezes, chegam ali grupos de ciclistas vindos de algum passeio, ao fim-de-semana, e os seguranças vêm logo a correr a dizer-lhes que não podem entrar”. Vejam só a [falta de] visão estratégica comercial destes tipos… tsc tsc… Enfim, saloismos por vencer. Posto este cenário decepcionante, lá fui recambiada para o parque “dos carros”.

Curiosamente, no interior do centro comercial, onde depois lanchei, tinha junto à zona a caminho dos WCs duas imagens publicitárias onde a bicicleta fazia parte do cenário, e numa óptica positiva:

Making cycling look cool Avó ciclista

A segunda é num contexto desportivo, mas a primeira retrata uma situação de utilização da bicicleta como meio de transporte, como quem vai encontrar-se com uns amigos para tomar uma bebida numa esplanada ao sol… 😉

O people todoQuando me fui embora do CIUL, o pessoal do Paulo ainda lá estava no átrio do Picoas Plaza. Passei por lá ao descer para tirar umas fotos e tal, e dizer um olá ao Paulo, o único rosto que reconheci. Tirei umas fotos aos suportes, infelizmente uns wheel-benders, e troquei umas palavras com o Paulo.

Isto é o chamado "wheel bender"Infelizmente, e como pude concluir ao longo dos seus posts e comentários no seu blog durante os 100 dias do projecto, bem como em conversas e nos media, discordamos em vários e fulcrais pontos. A cena dos suportes para bicicletas, que despoletou alguma polémica no seu blog, o advogar ciclovias e circulação de bicicletas no passeio como uma solução a instituir, a hierarquia de prioridades para tornar “lisboa mais ciclável”, a mentalidade do coitadinho do ciclista que já vai com sorte se tiver uns wheel-benderzitos e um espacinho de faixa ciclável na berma da estrada, etc, etc. Two wheel bender rack typesPosto isto (my view on this issues and therefore, our disagreement), não sei se neste caso da promoção do uso da bicicleta e da imagem e direitos dos ciclistas se aplique aquela máxima do «There is no such thing as bad publicity (…).», espero que sim, embora tema as consequências desta bola de neve de fashionablization da bicicleta e das ciclovias que se vem colando simultaneamente à psicose colectiva em curso com a segurança (ou sensação de segurança…), e onde isto vai dar em termos de direitos dos ciclistas. É que noutros países os ciclistas podem escolher por onde andam, se as “vias para ciclistas” que os engenheiros municipais se lembram de fazer forem uma merda ou down right dangerous, nós podemos fazer como sempre e usar a estrada se não estivermos a falar de uma 2ª Circular or something. Cá não, se houver uma ciclovia (algo que, pelo que sei, carece de regulamentação a nível de parametrização/padronização em termos de implementação técnica), nós somos obrigados a usá-la, assim dita o nosso Código da Estrada. Não é uma “pista reservada a velocípedes”, é uma pista OBRIGATÓRIA para ciclistas.

Epá, que o pessoal queira começar pelo fim, ok, que gastem dinheiro que não têm para coisas infinitamente mais importantes, ok, agora não me venham é pisar os calos, e com isso refiro-me a obrigarem-me a andar na rua com uma armadura em material reflector e a obrigarem-me a usar as ciclovias que eles salpicam aqui e ali, sem interligação umas com as outras e com os locais onde quero ir, e sem nenhum tipo de coerência na construção e implementação de concelho para concelho… já para não falar quando são perigosas, sujas, obstruídas ou simplesmente populadas por peões.

Bom, já me estou a dispersar do meu post a la “querido diário”. 😛 Posts mais sérios terão que ficar para outro dia, que já esgotei o meu tempo de descompressão bloguística de hoje. 😉 De regresso a casa

Após as fotos e o olá voltei ao parque subterrâneo, onde encontrei a minha bicicleta como a deixei. Agradeci mais uma vez ao funcionário na recepção e fui-me embora, a pedalar até ao Cais do Sodré, onde depois apanhei o comboio de novo (só possível a partir das 20h), até Paço de Arcos, terminando depois o meu dia com mais uns 15 minutos a pedalar até casa. 🙂 Assim, no lusco-fusco, com uma brisa fresca e já fora da hora-de-ponta. Bliss.

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Aaah, damn it!

Shit, piss, fuck, cunt, cocksucker, motherfucker, tits! George Carlin died… 🙁 I hope some other 10 Carlins are being born right now… We sure need them to maintain some sanity…

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Cantam bem mas não me alegram

Estou farta da nova moda da responsabilidade social das empresas, e dos relatórios de sustentabilidade, e da apropriação de conceitos como bio, verde, eco, orgânico, natural, integral, etc, pelos marketeers para fazer os “consumidores” acreditarem que alguma coisa mudou. Mas na verdade, pouco mudou. À parte o branding das empresas (usam-se mais os tons verdes, castanhos, o tom “terra, e “green”), e as campanhas de marketing a lavar a imagem para parecer mais verde, mais sustentável, mais responsável relativamente à sua influência na sociedade e na Terra. It’s all bullshit, most of the times. Agora os carros são ecológicos e amigos do ambiente, os mega-centros comerciais são socialmente responsáveis, etc…

Ainda não obtive resposta do Amoreiras, por isso reenviei o mail ontem. Já a EDP dá-nos um panfleto com uma lista de comportamentos para descobrirmos se estamos a poupar energia, onde nos aconselha a «optarmos por nos deslocar a pé ou de bicicleta para distâncias curtas».

Palavras ocas? Palavras ocas?

No entanto, se eu quiser ir tratar de alguma coisa às lojas da EDP e for de bicicleta, não tenho onde a deixar lá. Não há parques de estacionamento para bicicletas. Com conhecimento de causa falo particularmente da loja no centro da vila de Oeiras e na loja da sustentabilidade no Marquês, em Lisboa. Na primeira já lá fui uma vez de bicicleta e deixei-a presa a si própria num átrio exterior à entrada, onde a podia manter debaixo de olho, dado que as paredes do edifício eram em vidro. Funcionou bem o suficiente. Na do Marquês entrei sem problemas uma vez com a Mobiky. Nunca lá fui fazer nada numa ocasião em que estivesse com a bicicleta grande, mas estive para lá ir uma vez assistir a uma conferência e planeava ir by bike. Por isso enviei-lhes um e-mail a perguntar se seria possível guardar a bicicleta algures no interior do edifício (parque, corredor, whatever), devido à ausência de infra-estruturas/serviços para ciclistas. Responderam-se que não haveria problema, o que me deixou satisfeita. Mas não cheguei a poder aferir o sucesso da experiência porque me atrasei e já não pude ir à conferência.

Imaginem um big evento sobre empresas e serviços “verdes” em que a organização não providencia caixotes com separação de resíduos para reciclagem. E em que os hot shots todos vão de carro que estacionam em cima do passeio ou do relvado. A hipocrisia dá-me vómitos. Como viver neste sistema sem entrarmos em depressão? Como interagir e participar sem nos sentirmos traidores dos nossos próprios valores de cada vez que nos associamos ao sistema ou a ele nos vemos forçados a fazer concessões in order to persevere? Talvez a solução seja o “soma”…

*sigh*

Sinto que não vale a pena correr atrás e tentar “vender-lhes” conceitos e valores que eles não entendem. Só perdemos tempo. Talvez a melhor solução no compto geral e para a nossa própria sanidade mental, emocional, fazer as coisas como achamos que elas devem ser feitas and then justtalk the walk“. Demonstrate, share, explain, educate, motivate! Maybe then they will come, on their own feet, and of their own will.

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Sinais de vida

Beeem, há quase 1 mês que não posto aqui nada! O dia só tem 24 horas, e neste momento, eu precisava que ele tivesse o triplo disso… :-\

Isto não deve melhorar tão cedo, até porque entretanto teremos na família o arranque de um novo projecto, uma cafetaria aqui na zona, e se até agora the work load era em bastidores, depois são outros trabalhos…

New Café in the making

E entretanto lá vou tentanto “tocar” o meu próprio projecto para a frente, slowly but steadily. O que é preciso é acreditar e trabalhar. Muito! 😉

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