Pois é

Quantas vezes não nos deparamos com algum produto que tem todas as capacidades para fazer aquilo que queremos mas que não suporta essas funcionalidades no software? Telemóveis, fotocopiadoras e impressoras, máquinas fotográficas, routers, modems, etc.

Não é frustrante? Acontece o mesmo com um computador genérico. Usar determinados sistemas operativos é libertar o poder imenso que os computadores genéricos têm, e acima de tudo concordo com quem revela a verdadeira razão porque eu também comecei a usar Linux: é um gozo tremendo! 😀

Reverter os paineis do GNOME ao estado inicial

Quando instalamos a nova versão da distro que usamos (dado que se usa GNOME como gestor de janelas), por vezes existem novidades introduzidas pelos responsáveis da distro na estrutura pré-definida das barrinhas onde estão os menus e a lista de aplicações a correr (gnome-panel). Este foi o caso, por exemplo, com a introdução da applet de mudança rápida de utilizador na configuração base dos novos utilizadores.

Estas alterações podem ser feitas manualmente, e é normal que alteremos a configuração base para algo que nos sirva as preferências, mas se quisermos limpar a configuração actual e reverter às novas pré-definições podemos eliminar a configuração antiga do painel com dois simples comandos:

$ rm -rf ~/.gnome2/panel2.d
$ gconftool-2 --recursive-unset /apps/panel

O primeiro apaga os ícones (launchers) criados manualmente por nós, se existirem. O segundo limpa as configurações do painel do registo do GNOME (gconf). 🙂

Usar o controlo remoto da Apple para controlar o Totem

Neste momento o comando apenas me serve para controlar o Totem, pelo que o facto de o Totem não suportar pesquisar no ficheiro quando ficamos a carregar no botão se torna aborrecido. Para permitir que se tenha vários modos onde possa mudar de faixa ou andar para a frente ou para trás no ficheiro com tão poucos botões, o lirc suporta um sistema de modos que neste caso eu mudo com a tecla do MENU.

Além disso uso também o gnome-osd para mostrar um aviso da mudança de modo. Será necessário instalar o pacote com o mesmo nome e adicionar o irexec à lista de daemons da sessão do GNOME

O .lircrc que tenho na minha $HOME:

begin
flags = startup_mode
mode = totem1
end

begin totem1
begin
prog = Totem
button = PLAY
config = play_pause
end

begin
prog = irexec
button = MENU
config = gnome-osd-client -f "Changed to mode 2"

end

begin
prog = Totem
button = MENU
mode = totem2
flags = mode quit
end

begin
prog = Totem
button = NEXT
config = seek_forward
repeat = 3
end

begin
prog = Totem
button = PREV
config = seek_backward
repeat = 3
end

begin
prog = Totem
button = PLUS
config = volume_up
repeat = 3
end

begin
prog = Totem
button = MINUS
config = volume_down
repeat = 3
end
end totem1

begin totem2
begin
prog = Totem
button = PLAY
config = fullscreen
end

begin
prog = Totem
button = NEXT
config = next
end

begin
prog = Totem
button = PREV
config = previous
end
end totem2

begin
button = MENU
mode = totem1
flags = mode quit
prog = irexec
config = gnome-osd-client -f "Changed to mode 1"

end

O meu /etc/lirc/lircd.conf:

begin remote

name lircd.conf
bits 8
eps 30
aeps 100

one 0 0
zero 0 0
pre_data_bits 24
pre_data 0x800100
gap 132990
toggle_bit_mask 0x800100A4

begin codes
NEXT 0xA3
PREV 0xA5
PLUS 0x73
MINUS 0x72
PLAY 0xA4
MENU 0x8B
end codes

end remote

O meu /etc/lirc/hardware.conf:

# /etc/lirc/hardware.conf
#
# Arguments which will be used when launching lircd
LIRCD_ARGS=""

#Don't start lircmd even if there seems to be a good config file
#START_LIRCMD=false

#Try to load appropriate kernel modules
LOAD_MODULES=false

# Run "lircd --driver=help" for a list of supported drivers.
DRIVER="dev/input"
# If DEVICE is set to /dev/lirc and devfs is in use /dev/lirc/0 will be
# automatically used instead
DEVICE="/dev/input/event1"
MODULES=""

# Default configuration files for your hardware if any
LIRCD_CONF=""
LIRCMD_CONF=""

Ainda me faltam experimentar mais do que 2 modos, mas isso fica para outro dia. 😛

Computação a pedal

Que a evolução dos computadores reduziu o tamanho dos computadores pessoais numa grande escala está à frente dos nossos olhos (ou ao lado, ou debaixo da secretária, sei lá), porém os míticos super computadores ficam sempre aquém da vista da maior parte das pessoas, e muitas são as estórias de grandes centros de computação e dados e consumos de energia dignos de vilas e cidades inteiras.

No entanto, esta evolução da redução de escala dos processos de fabrico de semi-condutores tornou acessível a criação de super computadores baseados em vários computadores ditos de secretária. O aparecimento do Linux e a sua flexibilidade para este tipo de utilização fez nascer uma nova era de centros de dados com milhares de máquinas a trabalhar em conjunto no lugar de um computador único com milhares de processadores (por si só um desafio aos arquitectos de sistemas). A falha de uma destas máquinas não implica a falha do conjunto, não implica que o sistema operativo seja altamente tolerante a estas falhas, relegando para os protocolos de rede e para as aplicações esta tolerância a falhas (que não serão menor desafio, mas que não implicam a afectação de todas as aplicações a correr numa máquina central, com uma falha ao nível do sistema operativo).

Para quem acompanha estas temáticas (software livre, Linux, computação cientifica e derivados) não é rara a notícia do aparecimento deste tipo de centros de computação, a vários níveis, cientifico para cálculos e simulações ou empresarial para armazenar e servir conteúdos. Não é por acaso que uma das piadas mais frequentes na comunidade de utilizadores de Linux é se determinado gadget que usa o Linux como sistema operativo dá para fazer um cluster (ou seja juntar vários destes aparelhos para obter mais poder computacional)! 😀

sicortex_apedal.jpgNeste âmbito surgiu um projecto a utilizar vários computadores com Linux, trabalhando como um super computador, o que por si só não é novo, mas que usam energia humana para se alimentar. E não me refiro a um sistema de liquidificação dos mortos para combustível 😛 mas à utilização de bicicletas com geradores eléctricos (8 a 10 pedaleiros, 260W por bicicleta)! O sistema foi usado para fazer cálculos genómicos para o Departamento de Agricultura dos EUA.

Não é um projecto que a SiCortex queira implementar de uma forma directa (eu acho que não era mal pensado, seria bom para manter os cientistas em forma 😉 ), mas serviu para tentar chamar à atenção e sensibilizar para a necessidade de aumentar a eficiência energética dos sistemas computacionais, para que produzam menos calor e para que consumam menos energia, quer por si só, quer por menores necessidades de arrefecimento por ar condicionado.

Este sistema esteve em demonstração no centro de congressos de Los Angeles em Setembro, durante a Wired Magazine NextFest, alimentado pela pedalagem da equipa Jax Racing, patrocinados pela Trek. 🙂