Relato de uma mini visita de estudo

A viagem à FCT foi pacífica.

Regresso no barco da Transtejo

Tudo correu muito bem, no comboio e no barco, e nos troços a pedalar, salvo uma zona mais complicada com 2 faixas, a da direita para BUS. Normalmente evito estas faixas, não vejo sentido em ir atrapalhar e baixar ainda mais a já pobre velocidade comercial dos autocarros, e não me sinto muito bem a ser ultrapassada por gigantes. E neste caso isso fazia ainda mais sentido porque passaram uma série de autocarros por nós (o Bruno acompanhou-me). Claro que há sempre uns gajos de carro com muiiiita pressa que apitam ou ultrapassam pela direita passando o traço contínuo da faixa BUS e tal, mas não houve crise. Chatice mesmo foi a subida que se seguiu, a seguir a uma rotunda, pois o sol estava a pique e eu estava um bocado podre. 😛 Pormenor: vejam as marcas dos pneus em cima da paragem…:

Ouch!

À volta atravessámos pelo bairro do Pica Pau (bad, bad) à hora da school run. Muita criançada e imensos pais dentro dos carros parados por todo o lado a gritar pelos filhos. Bom, presumo que se estas figuras façam algum sentido é numa escola num local daqueles. .-P Fomos por ali à volta para evitar o tal troço da faixa BUS, e porque me lembrava do desfile do caloiro do meu ano, em que passámos por ali. Pedalámos a todo o vapor e saímos de lá inteiros e com todos os nossos pertences, mas não é algo que queira repetir frequentemente…

Chegámos à FCT a tempo de almoçar. O bar da D. Lídia estava vazio, a D. Luísa reconheceu-me e disse-me “olá, por aqui?”. Acho sempre estranho, senti-me totalmente invisível durante aqueles anos todos e fico sempre surpreendida quando alguém parece saber o meu nome ou lembrar-se de mim. Ainda durante as aulas, lembro-me de uma vez uma das minhas professoras preferidas, a Teresa Moura, se virar para mim na entrega de um exame e comentar o meu corte de cabelo, dizendo que me ficava bem (tinha sido uma “quase” carecada). Quase fiquei sem fala, ela sabia o meu nome e notou uma mudança no cabelo. Senti-me como um undercover agent que havia sido desmascarado. 🙂

Bom, ah, antes disso, procurámos um local para estacionar as bikes, o wheel bender do Departamental não estava lá, e não vimos nada junto ao Grande Auditório, onde pensei que fosse o Debate. Prendemo-las ali no corrimão junto à entrada do Departamental, à sombra e numa zona de movimento.

O estacionamento de ocasião

Depois sim entrámos e fomos ao bar almoçar. Vi uns ecopontos em vários locais, mais uma mudança desde a última visita. É sempre bom ver as coisas a evoluírem, é isso que gosto na FCT, não é perfeita, mas há sempre progressos e coisas novas. 🙂

Enfim, andámos para ali à procura do local do Debate e ninguém sabia de nada (?). Pior, um tipo do NAVE, que organizou uma iniciativa de oferecer pequeno-almoço aos FCTences bike commuters nesse dia, não sabia de nada… wtf?…

Bicicletas para emprestar - NAVE

Lá fomos ao CIIDI, eram já 15h (meia hora atrasados), onde finalmente tivémos uma resposta. Lá fomos apressados até à nova biblioteca. Não havia bike racks, mas estavam lá 4 bicicletas presas a um corrimão.

Bicicletas estacionadas junto à biblioteca da FCT

Notei também que não havia carros estacionados a bloquear o acesso e que desnivelaram parcialmente esse mesmo acesso. 🙂 Melhorias relativamente à última visita.

Acesso à biblioteca da FCT inclui rampa

Antes do debate houve 3 apresentações, duas do Plano Almada Ciclável e da respectiva rede de vias cicláveis do concelho e uma do NAVE, o núcleo de aventura da FCT, em que dois alunos partilharam a sua experiência de tentar usar a bicicleta para se deslocarem entre casa e a FCT, da zona da Aroeira para o Monte da Caparica. Cancelei um encontro imprevisto para poder continuar e esperar pelo debate, mas às tantas tive que ir embora, tinha trabalho à espera em Oeiras. Foi pena, acabei por não intervir nem pude fazer as perguntas que queria. Bom, tinha várias coisas que gostaria de discutir com os responsáveis da CMA e Ageneal, mas limitei-as a três questões. Qual o investimento requerido para o Plano Almada Ciclável, se iriam salvaguardar a liberdade de escolha dos ciclistas (como iriam sinalizar as vias?) e se há algum Plano Almada Caminhável, pois em termos de equidade, acessibilidade e mobilidade uma rede decente de caminhos pedonais é mais importante e relevante. De um modo geral, as bicicletas já têm uma rede a interligar tudo, chamam-se estradas e, salvo algumas excepções, estas são razoavelmente adequadas ao uso por ciclistas, já os peões são os parentes pobres, ou não têm acessos ou estes são desconfortáveis e/ou perigosos. Idosos, famílias, deficientes, shoppers, tudo gente que se vê pouco a andar a pé ou de transportes públicos…

Mas tive que me pôr ao caminho e já não deu. Pensei que fossem moderar o debate mas foi uma coisa bastante horizontal e informal, pelo que acabei por não me impôr para falar, tendo que ouvir os cicloturistas que querem vias cicláveis para “ciclistas a sério” e não velhotas que andem a 5 km/h, e coisas do género. Mas foi interessante ouvir as preocupações e opiniões das pessoas.

Debate sobre o acesso de bicicleta à FCT-UNL

O centro de Almada ainda está em obras por causa do metro de superfície. Não sei por que somos obcecados com calçada, é horrível para peões, bicicletas e até para os carros…

Damned cobble stones...

Aproveitei para ver e experimentar a faixa ciclável no passeio que já está quase pronta no troço final até à FCT.

What happens at a sidewalk bike lane

Tem os problemas habituais, mas as impressões das últimas visitas de estudo (Porto, Murtosa, S. Pedro de Moel, Almada, ficarão para outro post.

A minha opinião é que antes das ciclovias deveriam resolver o problema do estacionamento…

Fantástico

Obrigada pelos comentários, Rui, Gonçalo e Miguel. De Paço de Arcos de volta a Porto Salvo é fácil, pirozinha é a longa subida até a minha casa, no Casal da Choca. 😛 Para sair de casa é fixe, sempre a descer, mas é o golpe final no regresso. Gonçalo, sabes que nem me lembrei da estação do Cacém? Quando penso na linha de Sintra só me ocorre a de Queluz, e a minha experiência (alguns bike commutes para o Campo Grande e para o Lumiar) para aqueles lados desmotiva-me um bocado, a preguiça empurra-me para Paço de Arcos. 🙂 A ver se me lembro disso da próxima vez, se bem que a opção pela linha de Cascais também se prenda com uma maior sensação de segurança, comparativamente… :-/

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3 Responses to Relato de uma mini visita de estudo

  1. Internet Explorer 6.0 Windows XP

    Fixe! Pareceu-me uma aventura e percurso plausível. Mas depende da época do ano. Por enquanto os dias continuam longos, e com bom tempo…

    Bem relatado. Gostei da ideia de defender a paridade da mobilidade em versão pedonal. E de considerar que a estrada é também das bicicletas e não só de tudo o que deitar fumo.

  2. Mozilla Firefox 3.0.3 Ubuntu Linux

    Sim, é verdade, vem aí o Inverno. Andar de noite não me incomoda, mas confesso que chuva e vento me levam a cortar no bike riding. Tenho que investir em equipamento decente para minimizar isso este Inverno… 😉

  3. Pingback: ‘Bora reivindicar o direito dos peões às zonas pedonais at b a n a n a l o g i c

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