Preto poupa energia?

Embora possa ser mais suave para os olhos, os sites em preto não poupam energia nos monitores LCD, antes pelo contrário. Nos monitores CRT a imagem aparece quando a película preta é atingida por electrões, ter muito branco ou cor a mostrar indica que é necessário uma maior quantidade de descarga do canhão para mostrar a imagem. Nos actuais LCDs, a imagem é branca normalmente e é aplicada electricidade a cada célula de filtros que compõe cada pixel para filtrar essa luz branca. Logo quanto mais branco estiver à vista menos filtros estão activos, menos energia consumida. Afinal a maioria do consumo está na luz que ilumina a tela TFTLC. Quando tivermos todos ecrãs com OLEDs a estória é outra. 😉

Este teste mostra claramente que nos monitores LCD o ecrã preto consome mais energia, e que nos CRT é ao contrário.

Hoje em dia o uso de CRTs ainda é superior a LCDs?

O que pode ser mais engraçado que um papagaio?

Um papagaio gigantesco controlado por computador, claro! 😀

Este papagaio gigante é acoplado a um navio ou super iate e reduz o consumo do motor alimentado por combustível fóssil de 10 a 35% (ou até 50% em condições de vento perfeitas).

Custa cerca de 500k euros a implementar mas a poupança, até num navio pequeno, pode ascender a 228k euros anuais, pagando neste caso o investimento em pouco mais de 2 anos. Ao reduzir os consumos de combustível reduzem-se ao mesmo tempo as emissões.

No site oficial do projecto está um PDF com informação técnica e teórica do sistema (2MB), interessante. 🙂

[Via ITN]

Computação a pedal

Que a evolução dos computadores reduziu o tamanho dos computadores pessoais numa grande escala está à frente dos nossos olhos (ou ao lado, ou debaixo da secretária, sei lá), porém os míticos super computadores ficam sempre aquém da vista da maior parte das pessoas, e muitas são as estórias de grandes centros de computação e dados e consumos de energia dignos de vilas e cidades inteiras.

No entanto, esta evolução da redução de escala dos processos de fabrico de semi-condutores tornou acessível a criação de super computadores baseados em vários computadores ditos de secretária. O aparecimento do Linux e a sua flexibilidade para este tipo de utilização fez nascer uma nova era de centros de dados com milhares de máquinas a trabalhar em conjunto no lugar de um computador único com milhares de processadores (por si só um desafio aos arquitectos de sistemas). A falha de uma destas máquinas não implica a falha do conjunto, não implica que o sistema operativo seja altamente tolerante a estas falhas, relegando para os protocolos de rede e para as aplicações esta tolerância a falhas (que não serão menor desafio, mas que não implicam a afectação de todas as aplicações a correr numa máquina central, com uma falha ao nível do sistema operativo).

Para quem acompanha estas temáticas (software livre, Linux, computação cientifica e derivados) não é rara a notícia do aparecimento deste tipo de centros de computação, a vários níveis, cientifico para cálculos e simulações ou empresarial para armazenar e servir conteúdos. Não é por acaso que uma das piadas mais frequentes na comunidade de utilizadores de Linux é se determinado gadget que usa o Linux como sistema operativo dá para fazer um cluster (ou seja juntar vários destes aparelhos para obter mais poder computacional)! 😀

sicortex_apedal.jpgNeste âmbito surgiu um projecto a utilizar vários computadores com Linux, trabalhando como um super computador, o que por si só não é novo, mas que usam energia humana para se alimentar. E não me refiro a um sistema de liquidificação dos mortos para combustível 😛 mas à utilização de bicicletas com geradores eléctricos (8 a 10 pedaleiros, 260W por bicicleta)! O sistema foi usado para fazer cálculos genómicos para o Departamento de Agricultura dos EUA.

Não é um projecto que a SiCortex queira implementar de uma forma directa (eu acho que não era mal pensado, seria bom para manter os cientistas em forma 😉 ), mas serviu para tentar chamar à atenção e sensibilizar para a necessidade de aumentar a eficiência energética dos sistemas computacionais, para que produzam menos calor e para que consumam menos energia, quer por si só, quer por menores necessidades de arrefecimento por ar condicionado.

Este sistema esteve em demonstração no centro de congressos de Los Angeles em Setembro, durante a Wired Magazine NextFest, alimentado pela pedalagem da equipa Jax Racing, patrocinados pela Trek. 🙂

Tram (“Eléctrico”) com bateria de lítio de carga rápida

tram-rtri.jpgO Instituto Técnico de Investigação sobre os Caminhos de Ferro (RTRI) de Tokyo, responsável por estudos e consultadoria nesta área desde 1987, desenvolveu um sistema de baterias para os Tram à base de lítio com capacidade para propulsionar o veículo a 45km/h, durante 15 minutos. Por si só estes números não são nada de especial, mas se se considerar que o sistema permite que as baterias carreguem em cerca de 60 segundos, que o sistema de regeneração de energia nas travagens pode fornecer cerca de 70% dessa energia em electricidade e ainda que o veículo com esse sistema é 10% mais eficiente que os Tram em utilização, temos algo bastante interessante. 🙂

Um sistema destes permite também reduzir custos de implementação nas linhas, já que estas deixam de necessitar de linhas contínuas de abastecimento de energia, sendo talvez suficiente que este reabastecimento seja feito nas paragens, partindo do pressuposto que as baterias não sofrem de efeitos significativos de memória, algo que é alvo da investigação do RTRI, sendo um dos seus projectos de investigação um sistema de armazenamento de energia com baixo efeito de memória à base de condensadores e baterias.

electrico_ic19.jpgEste seria sem dúvida um sistema perfeito para a linha de “eléctrico” Sintra-Portela a ser implementada no IC19-2ªCircular (aproveitando o alargamento do IC19) num universo paralelo em que há coragem política para mudar o paradigma de transportes de Lisboa. 😛

Este desenvolvimento faz parte do contínuo estudo do instituto para aumentar a eficiência e segurança deste tipo de transporte, bem como procurar soluções de energia alternativa, tendo também desenvolvido estudos no âmbito da utilização de pilhas de combustível à base de hidrogénio.

Curiosamente não encontro referencia a este desenvolvimento no âmbito da carga rápida de baterias nos resumos dos artigos publicados pelo RTRI, além de um artigo de 2004 sobre a adequação das baterias de lítio para armazenamento de energia em veículos deste género (PDF EN e JP).

Os locais onde encontrei esta referência à rapidez de carga das baterias não apresentam ligações para informação oficial.

[Via /.]