Bicicleta em constante mutação – Faça Você Mesmo

Porque o normal é monótono, a modificação, melhoramento e personalização de determinados objectos faz com que estes ganhem personalidade. Se estas alterações forem feitas por nós não só ficamos com o objecto único como temos todo o prazer de aprender, ganhar experiência, de moldar as coisas tal como idealizámos (ou perto! ;)).

Um recurso fabuloso de criatividade é também a imaginação de outras pessoas, a capacidade de imaginar e criar coisas novas, talvez antes impensáveis.

É demais interessante acompanhar as novidades que vão surgindo no blog da e-zine MAKE: relacionado com bicicletas. 🙂

De bicicletas de praia feitas à mão:
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De protecções de sapatos recicladas:
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A veículos a pedal comunitários:
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Usar o carro menos

Ai como eu estou tão certo de comprar o passe para o mês que vem, reduzindo ao mínimo a utilização do carro. Hoje em pouco mais de 15 min vi umas 6 pessoas a andar na berma ou nas raias por se terem distraído, ou enganado. Vi vários carros com os autocolantes de “Puto a Bordo”, mas onde este apenas serve para os outros condutores terem cuidado, porque os carros com o distintivo conduzem em excesso de velocidade e/ou com pouco cuidado. É comum ver pessoas a conduzir como se não existisse ninguém na estrada, sem prever as suas manobras (entradas e saídas sem ter em conta as faixas de aceleração e os outros carros), sem as sinalizar, sei lá… 😛

O ideal seria poder adquirir uma bicicleta para usar com os transportes, mas isso ainda não será para já por falta de fundos e a que tenho agora não dá jeito. :-/

É curioso como Lisboa e as vilas/cidades satélite, estão tão perto e no fundo sinto como se vivesse na aldeia, por ser tão difícil chegar ao centro de Lisboa. Os transportes são poucos, muita gente não os usa e prefere o carro (temos mais carros por número de habitantes que países mais desenvolvidos que nós, mas no meu isso é um sinal de subdesenvolvimento, porque mostra que não há políticas de mobilidade, só remendos estéticos), o que faz com que não se criem mais transportes. O alargamento da IC19 foi um erro enorme. Deviam ter alargado e feito uma linha de eléctrico nas novas faixas até ao Aeroporto de Lisboa. Isto associado à introdução de eléctricos nas concelhos periféricos (Oeiras (o SATUO não conta, não é uma solução sustentável ao aumentar a extensão), Amadora, etc), usando as estradas existentes, seria uma solução interessante no combate aos problemas de mobilidade actuais. Oh well. 🙂

Acidentes de bicicleta e Software Livre

Em Março Richard Rauch, um contribuidor do NetBSD teve um acidente, tendo sido atropelado na sua bicicleta, por um condutor embriagado. Esta semana, outro contribuidor para o Sotfware Livre, Rob Levin, responsável pela rede de IRC freenode, utilizada para manter comunicação em imensos projectos de Software Livre, sofreu um acidente idêntico (neste, não existe indicação sobre o estado do condutor).

Os acidentes de automóvel são demais, tomados como inevitáveis, banalizados pelos media. Porque é que as cidades não são construídas com uma base na mobilidade sustentável? Porque é que os media aparecem em directo a entrevistar o Isaltino sobre a sua casa apreendida, mas não o fazem quando ele negligência a maioria da população há mais de uma década, com a sua política de mobilidade inexistente?

Os media não servem para mais que veicular e alimentar o escândalo e a má língua, e falham em falar nas coisas que realmente são importantes. Especulação imobiliária, cegues dos responsáveis camarários, urbanismo míope. Que dizer de urbanistas que não saem do seu gabinete? Que dizer de localidades com poucos km de distância, desconexas, sem um passeio, onde as pessoas são obrigadas a andar na estrada, onde as paragens são postes perdidos no meio da estrada? Que dizer de paragens edificadas que não protegem da chuva e do sol, onde não existe um banco, ou é tão pequeno que só alberga duas pessoas? Os responsáveis não usam os meios que governam, e quando vão a qualquer lado de chauffeur, ou de carro, sofrem de visão em túnel.

Sad.

Hospitalidade, Ciclando por Lisboa, o Caos

Hoje ao vir embora da faculdade, perto do estádio universitário, notei numa rapariga, de mapa na mão e bicicleta com a corrente pendida. Pensei em ajudar (depois de ter sido bem acolhido num país estrangeiro, verifico o valor de fazer um esforço por fazer o mesmo no meu país). Tentei primeiro mostrar onde era o local que procurava (no mapa faltava uma estrada feita recentemente, que confundia tudo), e depois coloquei a corrente no sítio, ter-me dado ao trabalho de ajudar foi algo tão fora do vulgar que a rapariga nem sabia o que dizer, e como agora já tinha bicicleta, já podia ir à procura do local que procurava.

Ela era alemã (em Erasmus na faculdade de letras), e deve ter trazido a sua cruiser de “casa”, onde é (muito) mais fácil ciclar. Deve ser horrível tentar perceber os sítios para quem está habituado a trams, bons autocarros, as ruas têm nome (cá ou estão nos prédios, ou num calhau à entrada da rua, não se vê nada, nem se sabe com que contar) e existem ciclovias e respeito pelos ciclistas. O nosso país tem muita arte e coisas típicas (azulejos, calçada), coisas também típicas de arquitecto, muito bonito e com estéticas muito “à frente” mas não serve para nada, não é funcional, e só complica, causa despesa, e confunde.

Oh well. 😛