Poucas distracções ao volante?

Esta é uma causa de colisões em crescimento e motivo de preocupação para os utilizadores de uma via onde circulem automóveis: pessoal que não percebe que conduzir é uma tarefa que requer o máximo de atenção e, por exemplo, não pára para apanhar coisas do chão ou tem mesmo que mandar aquele SMS e oops, mata uma pessoa.

E se não existissem já distracções suficientes, aparecem uns fabricantes de equipamento para carro a dar uma ajuda, senão veja-se este este exemplo: num rádio para carro, se os controlos forem com botões físicos, facilmente os condutores aprendem a mexer-lhes sem olhar, melhor ainda se existir cuidado a mapeá-los e a torná-los diferentes (usando texturas ou formas díspares), e mesmo assim, olhar para a frequência de rádio ou para o número da faixa do CD requer cuidado, porém a JVC conseguiu fazer pior que um mau mapeamento dos botões e substituí-los por um ecrã táctil:

E existem outros exemplos destes, e cada vez mais de raiz, com a proliferação dos computadores de bordo mais avançados.

Se calhar deviamos deixar de olhar só para cada um e deixar de só fazer campanhas tipo “use o cinto, faça isto, faça aquilo, pela sua segurança”, para também promover fortemente o pela segurança dos outros. Se cada um está seguro de si porque usa o cinto, ou porque tem 500 airbags, talvez isso faça com que se desleixe para a necessidade de andar a 40 km/h ou menos em locais onde haja peões ou utilizadores de bicicleta, ou de reduzir a velocidade e dar uma distância adequada quando passa por estes.
A insonorização e crescente potência dos carros e o negligente (diria mesmo, criminoso) desenho urbano faz com as ruas se assemelhem a auto-estradas e que os condutores que não andam na rua a pé ou que não utilizam a bicicleta para se deslocar no dia a dia, percam a noção do impacto que o carro tem nos outros utilizadores da via. O que eu compreendo que aconteça, mas resta tentar reverter isso. É fundamental educar os novos condutores quando obtêm a licença e esperar que no futuro se reduza a dependência do carro com reais políticas de desenvolvimento sustentável.

Talvez passar menos tempo enfiado no carro fizesse com que as pessoas deixassem de ver o carro como uma sala de estar…

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*