Ir às compras ao Amoreiras de triciclo

Há dias reparei nuns outdoors do centro comercial Amoreiras em que aparecia uma mulher num triciclo numa aura de glamour, transportando umas compras, a ilustrar o “prazer urbano” de “passear”. Como imaginam fiquei contentíssima! 🙂

De triciclo às compras no Amoreiras, and looking good doing it?

É disto que precisamos mais, o uso da bicicleta retratado nos media e na publicidade numa luz positiva, associado a prazer, estilos de vida valorizados, pessoas normais, etc.

Como não sou frequentadora habitual deste centro (só lá fui umas 2 ou 3 vezes), lembrei-me de procurar saber se aquela publicidade era “inteligente”, i.e., se aquele comportamento que era usado no outdoor e no site para atrair clientes e “vender” o conceito do Amoreiras era suportado por políticas internas do mesmo ou se era mais uma hipocrisia da moda do “verde” (geralmente oco).

Assim, resolvi tornar-me uma activista, e perder 10 minutos nisto. Fui ao site procurar info dos serviços do centro e vi que referem a existência de 900 lugares de estacionamento (pago) à disposição dos seus clientes. Não é discriminado quantos são para automóveis, motas e, eventualmente, bicicletas. Assim, resolvi enviar-lhes um e-mail a procurar saber:

From: bananalogic
To: amoreiras – shopping @ mundicenter . pt
Subject: Estacionamento no shopping Amoreiras
Date: Wed, 21 May 2008 11:46:58 +0100

Bom dia,

Há dias reparei num outdoor do Amoreiras em que aparecia uma mulher de triciclo, a ilustrar o “prazer urbano” de “passear”. Como utilizadora regular de bicicleta como veículo de transporte, fiquei muito contente de retratarem esse comportamento numa luz de sofisticação, glamour e prazer, dando-lhe visibilidade e valorizando-o.

Serve o presente e-mail para procurar saber se os 900 lugares de estacionamento referidos no vosso site contemplam alguns para bicicletas (e triciclos, porque não?). Se contemplam, gostaria de saber se são pagos e se sim, a que tarifa, bem como quais as condições oferecidas (localização, segurança, tipo de estrutura de estacionamento).

Aguardarei com expectativa uma resposta.

Muito obrigada pela vossa atenção.

Cumprimentos,

Agora resta aguardar.

Tenho que fazer isto mais frequentemente, porque as pessoas destas empresas não vêm ler as minhas rants sobre mobilidade neste blog. 😛 Tenho que me queixar e tenho que dar sugestões, uma vez que o interesse e a proactividade não parece partir deles, espontaneamente… 🙁

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Crónicas da SPEZI II: Rülzheim

O parque de campismo onde ficámos era nesta localidade. A zona para tendas era mínima, o parque é essencialmente para caravanas (permanentes, na prática). Na recepção não falam inglês (zero, mesmo).

Havia coelhos por todo o lado, e saíam principalmente à noite. Cute. Havia também imensos mosquitos na zona das tendas, provavelmente pela proximidade de um lago.

Camp site

Do parque à estação de comboios eram uns 15-20 minutos a caminhar, essencialmente por vias agrícolas (que ligam tudo em rede, e onde o trânsito de bicicletas e peões é permitido) e depois pelo passeio.

Beautiful countryside I don't get this in Portugal... WHY?!?

Os comboios são a diesel (mas não cheiram mal), e passavam de hora a hora.

Train

O bilhete para Germersheim custava 2 € e comprava-se numa máquina sem instruções em inglês, e a viagem era suave, agradável. Os comboios eram mais antigos mas confortáveis, e com zona para bicicletas e carrinhos de bebé. Em termos de acessibilidade para cadeiras-de-rodas não sei como era, pois havia uns quantos degraus a vencer…

As estações de comboio eram simples e com plataformas muito baixas. Não havia vedações ao longo da linha, everything just blended in smoothly.

Completely exposed rail line I guess people don't atempt stupid things here Alone in the fields The rail line, seamlessly

Era como se tudo tivesse aquele ar neat, e novo.

Everything just looks so neat

A estação em Rülzheim tinha uns racks para bicicletas. E uma paragem de autocarros muito mal tratada…

Bike racks with shelter at Rülzheim's train station

Perto do parque de campismo havia umas quintas de produção de avestruzes, uma descoberta algo inusitada.

Avestruzes

Um pouco como em Friedrichshafen e Lindau (que visitámos na viagem à Eurobike em 2006), as pessoas têm quintais que cuidam com dedicação, transformando-os em belos jardins, hortas ou locais de diversão.

Backyards People take great care with their backyards, with gardens and "mini-farms" Kid's military fort

Vimos algumas pessoas a passar de bicicleta com cães num cesto atrás. 🙂

Dogs on bikes

Esta era uma zona agrícola, supostamente “rural”, com os campos cultivados e tal. Mas aqui e ali, ao longo da linha de comboio havia pequenas localidades de moradias concentradas num só local, em vez de haver uma casa em cada monte, como cá. Na verdade, nem sei se os habitantes destas localidades trabalham nos campos em volta, provavelmente vão todos para as localidades maiores próximas. Seja lá por que for, a organização do espaço resulta em algo eficiente e harmonioso.

No parque de campismo havia várias bicicletas estacionadas em cada quintal. As pessoas usavam-nas até para irem aos balneários. 🙂

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Este post faz parte de uma série sobre a nossa viagem à SPEZI, na Alemanha, em Abril de 2008.

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Publicidade motorizada, móvel e com altifalantes…

Espero que isto não se torne moda, porque eu daria em maluca…

Stupid publicity options...

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Patrick Dempsey

It just makes him even hotter. 🙂

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Ousar

Ah, the story of my life… Aquela vontade de recuar, desistir, fugir… I get it all the time, with big things and “little” things. Mas há que vencer os medos, as inseguranças, as fraquezas e avançar! Nesse aspecto, eu “oiço vozes”, há outra Ana que me diz a toda a hora, “não sejas parva, go for it, rise above!”. I do have to be a bit crazy to be able to keep living in this world. 😉 Mas isto de estar sempre a “contrariar-me”, a forçar-me a ir na direcção oposta, a fazer aquilo que não me sinto capaz ou confortável a fazer, é cansativo. Mas aprendi que é algo que tenho que fazer se quero levar uma vida com sentido, ao longo da qual possa ir crescendo e enriquecendo-me de experiências fulfilling, com significado, que me transformem e me tornem em alguém que eu goste de ser e que se sinta confortável e minimamente segura na sua pele, e na sua vida.

Obrigada ao Mário por me enviar este vídeo. Gostei. 🙂

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