The majority of those who actually give a fuck said YES.

Estou feliz. Sinto-me mais segura como mulher no meu país. Sinto-me mais respeitada, sinto maior reconhecimento pela minha dignidade, autodeterminação, inteligência, capacidade de discernimento e ética. E sinto maior responsabilidade colectiva pelas crianças e pela infância. Uma lei que respeita e protege as mulheres é uma lei que respeita e protege as crianças. Vale a pena relembrar o post no blog Bitch PhD do qual citei um trecho há tempos.

Por mim só posso agradecer a todos aqueles que tiveram coragem de assumir e defender publicamente a sua opção política e ética pelo SIM, e a todos quantos puderam e quiseram fazer a opção de suspender temporariamente outras prioridades e projectos das suas vidas para poder trabalhar e dar a cara por uma causa tão importante. MUITO OBRIGADA! Portugal será um país um pouco mais livre, justo e digno depois de hoje (pelo menos desde que o carácter não-vinculativo do resultado não dê azo a “golpes” posteriores…).

Eu fiz apenas o mínimo dos mínimos: levantei-me e fui votar.

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Ao olhar para os resultados não posso deixar de me sentir um bocado decepcionada ao ver que dos cerca de 8.83 milhões de eleitores inscritos só 3.85 milhões (43.6 %) foram votar. Por isso, na verdade havia uma terceira opção no Referendo além do SIM, com 2.24 milhões de votos (59.25 %) e do NÃO, com 1.54 milhões de votos (40.75 %), a do QUERO-LÁ-SABER! Excepção àqueles que quiseram mas não puderam ir votar por circunstancialismos vários “significativos” (other than “oh, looks like it’s raining”).

Assim, fico triste de constatar mais uma vez que a maioria da população não tem nada pra dizer, abdica do seu direito a participar nos destinos do seu país e da sua própria vida, e subtrai-se do seu dever cívico nessa mesma participação. Por outro lado, fico satisfeita por saber que aqueles ~44 % de portugueses (3.85 dos ~10 milhões “registados”) que até se dão ao trabalho de cumprir os seus deveres e usufruir dos seus direitos o fazem assim, em direcção a um mundo mais “claro” e afastando-se das trevas da Idade Média e da Igreja.

Fiquei contente com os resultados de Lisboa, dos seus Concelhos e particularmente de Porto Salvo, com ~76 % de votos pelo SIM. 🙂

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