“Compreensão lenta”

Encontrei este artigo no DN de dia 20/04/2006 e achei interessante… Um excerto:

«(…) Mesmo assim, o dia 11 de Março de 2004 ficará na História como aquele em que um grupo terrorista islâmico quis ter e teve um efeito directo e determinante no resultado de umas eleições na Europa ocidental.

O auto de acusação do juiz contém mais informação interessante. Por exemplo, que os autores do atentado foram claramente movidos pelo espírito da jihad (ou guerra santa), neste caso concreto ainda mais legitimado pela ideia corrente no Islão de que a Espanha (e Portugal) correspondem ao Al-Andalus (o nome dado à Península Ibérica pelos ocupantes muçulmanos entre o séc. VIII e o séc. XV), uma terra roubada ao Islão pelo cristianismo e que para ele deveria ser reconquistada. Não se pense que esta relíquia intelectual é própria apenas dos jihadistas do 11 de Março. Os outros jihadistas também a invocam – Ayman al-Zawahiri, o lugar-tenente de Ben Laden, já o fez -, mas, mais interessante ainda, o mesmo fizeram personagens supostamente moderadas, como o Rei de Marrocos. Porque, na verdade, o tema não é lateral no Islão, estando associado a uma suposta profecia de Maomé (registada num hadith), segundo a qual o Islão viria um dia a reinar na Península Ibérica. Coisa que já fez, precisamente entre os séc. VIII e XV. Agora trata-se de recuperar esse "paraíso perdido".(…)»

Era mesmo só o que nos faltava…

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