Seminário “Mobilidade Sustentável” – parte 1

salaAinda não é hoje que tenho tempo para blogar decentemente acerca do Seminário “Mobilidade Sustentável: Iniciativas e Experiências” a que fui na 4ªf. 🙁 No entanto, talvez dê para deambular um pouco por impressões paralelas ao dito evento.

Bom, o dia não começou nada bem. Como tinha ficado a blogar na 3ªf à noite, acabei por me deitar mais tarde do que devia. :-/ De manhã estava mesmo cansada e saí de casa já era hora de começar o seminário. Ainda tinha que descobrir o caminho para lá e tive que dar boleia à minha mãe. Com o detour da boleia perdi muito tempo (porque não conhecia a zona) e o atraso acumulava-se. Finalmente cheguei ao Instituto do Ambiente. A zona imediatamente anterior ao edifício era absolutamente horrível. Um bairro social, prédios tipo caixote com buracos, completamente “plantados” no chão, i.e., sem canteiros, jardins, seja lá o que for. Só alcatrão e betão. E lixo. Foi das coisas mais feias que já vi. And people live there… 🙁 Isto à frente do IA. Dos outros lados tínhamos vista para a 2ª circular e para a CRIL. Mesmo o recinto e aspecto do edifício tinha tudo a ver (not!!) com aquilo que nos vem à cabeça quando pensamos num “instituto do ambiente”… Adiante. Finalmente estacionei o carro e lá entrei, depois de dar com a porta. Dirigi-me logo a uma recepção e um segurança muitíssimo simpático e sorridente disse-me que o seminário não era ali. Fiquei a sentir-me muito estúpida quando percebi que o ‘ali’ a que ele se referia não era simplesmente o andar mas sim o sítio. Afinal era em Lisboa, ao pé da Rua do Salitre, no edifício da Representação Portuguesa da Comissão Europeia. Já a ver a minha vida andar (ainda mais) pra trás, lá me pus a caminho. Tinha o mapa, e até conheço mais ou menos a zona em que era, o meu medo era o trânsito, e estacionar… Andei cerca de 1h-1h30 para chegar ao Rato e depois andar às voltas à procura de um lugar. “Um lugar” para mim é um sítio de estacionamento legal e “inócuo”, daí a acrescida dificuldade. Por milagre lá acabei por achar um. Estacionei, saí do carro e fui voltar a olhar para o sinal atrás para confirmar que podia estacionar ali. Troquei dinheiro numa mercearia em frente e fui tirar o ticket no parquímetro. O máximo indicado era para 4 horas. Tentei pôr mais (ia estar afastada o resto do dia) mas a máquina não aceitou, fechou a abertura da ranhura. Lá fui a correr e cheguei ao edifício às 12h15 a pensar que ia chegar mesmo no início do debate, no final das palestras da manhã. 🙁 Havia uma, do NICHES, que eu queria mesmo ver e estava mesmo triste por pensar tê-la perdido. No entanto tive sorte! 🙂 Cheguei estava precisamente essa palestra mesmo a começar, o que significa que eles estavam já com um super-atraso!! Melhor para mim! 😉

O texto sobre as conferências em si deixo para outro post, quando tiver tempo para escrever. Ficam aqui só algumas impressões paralelas:

  • As pessoas são muito mal educadas. Fartam-se de falar, não colocam os telemóveis em silêncio, atendem chamadas dentro da sala; houve um senhor que estava ao telemóvel e ao lado uma rapariga, a Raquel Leitão, estava de pé a dizer qualquer coisa para “a mesa”! Houve um senhor à tarde que passou uma série de apresentações de cabeça baixa, a olhar para o telemóvel e a escrever mensagens, sem levantar a cabeça uma única vez!! And so on.
  • Havia duas bicicletas dobráveis encostadas a uma parede, de duas pessoas “da assistência”. Pelo menos outra pessoa, o Frederico Ferreira (da Massa Crítica e da FPCUB) foi para lá de bicicleta. O edifício, como era de esperar, não tinha infra-estrutura para estacionar e guardar bicicletas. Os seguranças deixaram-no guardá-la na cave…
  • A vista da sala (no 10º andar) era brutal. Dava pra ver Lisboa de uma perspectiva totalmente diferente, pois no solo só vemos prédios e mais prédios, todos em cima uns dos outros.

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  • Apesar de não se pagar nada foi-nos oferecido o almoço (digno de um casamento, tipo “copo-de-água”), bem como os coffee-breaks!! 😀 A UE é muito generosa. 😛

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  • Vi lá pessoal da Massa Crítica, mas como 1) sou uma tímida atadinha e 2) já não me lembrava dos nomes deles, acabei por não ir falar com eles. A minha inépcia social it’s a major bummer… 🙁
  • Lisboa é um caos. Não há riscos no chão, sinais, tabuletas!… Para andar por lá de carro é um horror! Só quem já conhece aquilo é que se safa. Depois de 1h às voltas sentia-me asfixiada, encurralada no meu carro. Porque eu queria parar, sair e ir-me embora. Mas tinha ali aquele “volume”, não posso parar em qualquer lugar para ver onde estou, ou o nome da rua ou o que quer que seja e não posso abandonar o carro onde me apetecer. Não o posso pôr no bolso, tipo Jetson’s! De um “acessório” extremamente útil passa a peso-morto… No fundo os engarrafamentos são as pessoas “engarrafadas” dentro do seu automóvel… É um stress!
  • Para circular a pé já se sabe, o peão está no fundo da “cadeia alimentar” da via pública. Os passeios, já de si demasiado estreitos e muitas vezes “acidentados” (buracos, piso aos altos e baixos, pedras soltas, piso escorregadio, etc) vêem-se ainda mais diminuídos com obstáculos como sinais de trânsito, caixotes do lixo, caixas de electricidade/telefones, vasos e publicidade, carros estacionados temporariamente (porque não há sítios para cargas e descargas) ou permanentemente, etc… 🙁

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  • Quando regressei ao carro, já a pensar que a EMEL me teria multado (apesar de eu não ter colocado mais moedas porque a máquina não deixou…) deparei-me com algo sinistro. Alguém tinha virado ao contrário as escovas, as duas da frente e a de trás. Só o meu carro, de entre os muitos estacionados naquela rua, tinha sido presenteado com tal “gesto”. Fiquei com uma senação de unease muito desagradável… 🙁 Mais tarde, por volta das 21h, ao voltar pra casa, mesmo aqui na rua à frente, uma miúda no meio das terras do lado direito atirou-me uma cena ao carro. Não me despistei porque não calhou. Penso que tenha sido mais um torrão de terra do que um calhau, porque bateu e não deixou marcas… Há gente tão imbecil! A minha vontade era pegar no jipe e ir atrás delas prás terras. Mas depois achei que ir meter-me ali prós lados do bairro social podia não ser the cleverest thing to do. 😉 Pelo menos não houve feridos nem danos. Ainda pensei avisar a polícia mas depois achei que não se justificava nem serviria de nada… 🙁 Estes dois episódios deram-me uma sensação muito “sinistra”…

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